Um painel de cinco juízes da divisão de recurso do tribunal de primeira instância do estado de Nova Iorque confirmou esta quinta-feira a condenação de fevereiro de 2020 do antigo produtor de cinema Harvey Weinstein.

Os advogados do antigo produtor de cinema entraram com o recurso em abril de 2021, mas os juízes não encontraram nenhum erro do juiz James M. Burke que justificasse revogar a condenação de que resultou a pena de 23 anos de prisão por abuso sexual e violação (Weinstein foi absolvido das acusações de agressão sexual predatória).

Um dos argumentos da defesa era que o juiz Burke não deveria ter permitido que várias mulheres que acusaram Weinstein de abuso sexual, mas cujas alegações não foram incluídas nas acusações, prestassem depoimento como testemunhas de ações anteriores.

Mas de acordo com o painel, "todo o material permitido pelo tribunal era inquestionavelmente relevante".

Quase 90 mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie e Salma Hayek, fizeram denúncias de conduta sexual inapropriada contra Weinstein, cujos filmes de sucesso ganharam Óscares. Ele próprio ganhou a estatueta dourada por "A Paixão de Shakespeare".

Porém, o processo judicial em Nova Iorque, visto como uma grande vitória para o movimento #MeToo, focou-se em acusações relativas a apenas duas mulheres: foi condenado por violar a ex-atriz Jessica Mann em 2013 e por praticar sexo oral à força na ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006.

Desde julho de 2021 que Harvey Weinstein está numa prisão de Los Angeles, aguardando outro julgamento por 11 acusações de violação e abuso sexual que alegadamente terão ocorrido contra cinco mulheres em hotéis na Califórnia.