Em maio, já em Lisboa, a composição de Isaura, interpretada pela própria e por Cláudia Pascoal, vai ser a voz de uma nação que depois da vitória de Salvador Sobral em 2017, a primeira de Portugal, voltou a fazer as pazes com o Festival da Eurovisão.

Em Guimarães, numa festa que começou na noite de domingo, com frio e chuva, 14 músicas aqueceram o ambiente do primeiro Festival da Canção feito fora de Lisboa, uma "aposta ganha" para o público, que além dos intérpretes das composições a concurso "foi ao delírio" com a presença da "rainha" Simone de Oliveira, homenageada durante o evento.

"Foi mais do que pagámos para ver", confessou Maria Adelaide, 57 anos. "Eu via a Simone só na televisão. Nunca pensei vê-la assim, ao vivo, ainda que tão poucochinho tempo", lamentou à Lusa a vimaranense.

Simone de Oliveira cantou apenas alguns versos da Desfolhada, tema que eternizou no Festival da Canção em 1969.

Voltando a 2018. "Foi um espetáculo. Foi bom para mostrar que também é possível dar 'show' fora de Lisboa. Somos maiores do que uma cidade", salientou Ana Vítor, 32 anos.

A realização de um evento como o Festival da Canção fora de Lisboa acabou por ser um dos temas que marcou a noite: "Foi uma aposta ganha. Que aprendam e repitam", concluiu Luís Pinto, 29 anos.

Mas a música foi mesmo a estrela da noite e houve muita. "Portugal tem talento. Temos músicos, autores, interpretes, temos alma e que nunca ninguém volte a dizer que não", avisou Ana Vítor.

À medida que as votações iam sendo conhecidas, o burburinho no Multiusos de Guimarães aumentava. Ouviam-se palmas a cada oito pontos distribuídos, urras a cada dez, gritos a cada doze.

Feitas as contas, bem feitas, contados os votos do público, regiões de Portugal, júri, o vencedor é anunciado: Canção número 13.

No pavilhão Multiusos o resultado daquela equação foi recebido com euforia, entre gritos, urras, vivas e palmas, muitas palmas. E lágrimas.

E de 14, ficou uma.

"O Jardim" será o 50.º representante de Portugal na final do Festival da Eurovisão, a 12 de maio.