“O Walk&Talk vai transitar entre lugares, propondo novos mapeamentos e ensaiando circuitos alternativos de interação e afetos. É um teste à forma como continuamos a mover ideias entre lugares e públicos, e o primeiro momento de uma conversa sobre comunalidade que vamos desenvolver até à 10.ª edição do festival, no nosso programa de residências e em atividades do Circuito de Conhecimento”, explica, citada em nota de imprensa, a codiretora artística do festival, Sofia Carolina Botelho.

Entre as iniciativas presenciais, em São Miguel, e as que acontecerão online, de 9 a 19 de julho, a edição 9.5 irá “explorar plataformas emergentes e novos formatos de criação e apresentação artísticas”.

A 10.ª edição fica marcada para julho de 2021, “com um novo projeto baseado na colaboração, partilha e solidariedade”, adianta o comunicado.

Para a "9.5", a partir de 9 de julho, estarão disponíveis, na plataforma online do Walk &Talk, projetos, eventos e atividades artísticas, grande parte deles inéditos, que “serão apresentados em estreia ao longo do festival e vão permanecer acessíveis ao público após o evento”.

O objetivo é construir “um arquivo intemporal que vai permitir refletir sobre a produção artística no momento atual e apoiar a preparação da 10.ª edição do Walk & Talk em 2021, que se antevê que aconteça num contexto de renovada colaboração e proximidade social”.

Apesar do formato adotado, a direção optou por conservar a estrutura do festival, mantendo, assim, o Circuito Performativo, onde se encontram projetos de música, dança e performance, o Circuito Conhecimento, com conversas em formato podcast e a ‘Summer School’ para jovens da região, e o Circuito Ilha, que terá a apresentação de instalações, 'performances', exibição de vídeos e distribuição de ‘mail art’ em vários locais de São Miguel.

Será, ainda, lançada a “Rádio 9.5”, com transmissão FM e online, para fazer chegar a todo o arquipélago “e ao resto do mundo” uma programação diária que surge “de novas propostas artísticas, bem como da tradução ou extensão do programa online, e serão produzidos onsite [no local] pela equipa Walk&Talk”.

Pela edição "9.5" do festival de artes passam artistas como Abbas Akhavan, Alice dos Reis, Atelier Brum + Atelier Caldeiras, Diogo Lima, Margarida Fragueiro, Nádia Belerique, Pedro Maia, Sofia Caetano e Elliot Sheedy, entre muitos outros.

A decisão de realizar uma edição "9.5", nestes moldes, surge no âmbito das várias restrições aos ajuntamentos sociais, impostas pela situação de pandemia da COVID-19.

Questionado hoje pela agência Lusa, o presidente do Governo Regional dos Açores não adiantou se irão ser aplicadas nos Açores as medidas avançadas na terça-feira à noite pelo Ministério da Cultura, para as salas de espetáculos, cinemas e espetáculos ao ar livre.

A região mantém seis casos ativos de infeção pelo novo coronavírus (cinco em São Miguel e um no Pico) e registaram, desde o início do surto, 146 casos de infeção, verificando-se 124 recuperações e 16 mortes.