O estilo inconfundível e as performances originais, trouxeram a Marco Ferreira o título do melhor bailarino de Portugal, no programa da SIC, «Achas Que Sabes Dançar?».
O jovem, de 23 anos, de Santa Maria da Feira, ganhou uma bolsa de formação no valor de vinte mil euros, em Nova Iorque, e prepara-se para voar alto, mas com os pés assentes na terra.

Como se sente com esta vitória?
Uma mistura de sensação de vitória com nostalgia, porque a vitória é dos 20 finalistas. O trabalho que mostrei devo também à partilha que eles me deram. Esta vitória devia ser repartida por todos. Por trás de toda esta alegria e de todo o reconhecimento que este prémio transporta, estou triste.

Estava à espera de vencer?
Não. É algo que mantemos como etapa e que nos dá força para continuar. Mas estar à espera e, caso as coisas não acontecessem, ia sofrer muito e não valia a pena porque, efectivamente, isto é só um programa de televisão.

Sempre fez os possíveis para preservar a privacidade da sua família. Como vai ser a partir de agora?
Vai ser igual. Vou tentar preservar a minha privacidade e ser reconhecido pelo meu trabalho como bailarino. Fico muito feliz que as pessoas venham ter comigo e falem de mim como pessoa, mas gostava de me manter um "híbrido" nesse aspecto e ficar apenas pela exposição pública do meu trabalho.

Quando descobriu que queria ser bailarino?
Comecei tarde, por volta dos 18 anos. A partir do momento em que entrei para a companhia profissional que estou agora, a «All About Dance», as coisas foram evoluindo. Quando fiz formação lá fora (em Londres, Los Angeles e Amsterdão) comecei a perceber que havia algum reconhecimento daquilo que fazia. A partir daí houve um crescendo de motivação e de consciência de que esta seria a minha carreira.

O que mais o marcou neste concurso?
A partilha com os bailarinos do Top 20 foi transcendente, aprendi muito com eles. Esta vitória é minha, do meu trabalho, da minha sorte, mas também deles, da partilha que me deram.

Qual foi o melhor momento?
A primeira vez que pisei o palco, ao lado dos outros concorrentes, depois de uma semana de trabalho. A energia que o público nos deu foi tão grande que esse foi, sem dúvida, o melhor momento.

Como encara a alcunha que o júri lhe pôs de «Touro», pela força, e de «Bambu», pela flexibilidade?
Não me incomoda, as pessoas ainda sabem o meu nome (risos).

Então entre o «Touro» e o «Bambu» com qual se identifica mais?
Sou um touro chamado Bambu (risos).

(Texto: Inês Costa / Fotos: Gonçalo Português)

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