Depois de «Mulheres da Minha Vida» e «De Homem para Homem», o apresentador vai sentar-se frente-a-frente com personalidades da nossa sociedade, algumas delas bem polémicas.

Nesta conversa com SapoTV, Manuel Luís Goucha aproveitou para falar também sobre o «Você na TV» e na aguerrida concorrência nas manhãs da televisão.

Vai voltar à TVI 24 com um novo programa de entrevistas. Como vai ser?
Chama-se «Controversos» e vai estrear no final deste mês. Depois de «Mulheres da Minha Vida» e «De Homem Para Homem», este é um programa com pessoas de quem se gosta ou não.

Dê alguns exemplos...
Isaltino Morais, Felícia Cabrita, Pinto da Costa, que já me disse que dava uma entrevista, Valentim Loureiro... São pessoas que, na minha opinião, são as mais interessantes, não são lineares nem cinzentas. Mas vai ser difícil porque eles sabem dar-nos a volta muito bem.

Sente mais prazer neste registo?
São prazeres diferentes. São programas de autores e é uma outra escola. As pessoas estão muito habituadas a ver-me de manhã naquela loucura desenfreada, mas é um registo que está a ter um sucesso incrível, porque mesmo quem está deprimido acaba por ficar alegre depois de ver o programa.
As pessoas não estavam habituadas a ver-me no registo dos programas do TVI24, à conversa, apagado, porque ali quem interessa é o outro, eu só estou a lançar jogo e mais nada. É um registo diferente, mas que também gostam. Depois há outro pormenor, eu quero fazer televisão durante muito tempo e não me estou a ver com 60 anos a andar a rebolar no chão... E daí não sei! (risos).

Já teve oportunidade de ver o programa «Querida Júlia», na SIC?
Vi o primeiro, mas o primeiro programa não é uma boa escolha de nada. Nós («Você na TV») estamos a ganhar obscenamente, este ano está a correr outra vez muito bem, mas não menosprezemos o adversário. A Júlia é um poço de energia, é uma mulher espantosamente inteligente, dedicada e empenhada, sabe muito bem trabalhar com aquele público, mas é o que costumo dizer, «nem uma vitória me envaidece nem uma derrota me deita abaixo.»

Acha que a Júlia Pinheiro vai conseguir ganhar no horário das manhãs?
Por exemplo, eu, quando estava na «Praça da Alegria», na RTP, era ganhador e mudei para a TVI para conquistar o horário da manhã, mas demorei quatro anos a ganhar. O «Você na TV» só está a ganhar há dois anos e, no ano passado, empatámos com «A Praça da Alegria» outra vez. Este ano, temos condições para ganhar. Isto não quer dizer que a Júlia, para o ano, não esteja a liderar, ou mesmo este ano. A Júlia levou os melhores elementos da nossa equipa de produção. Nós temos agora uma equipa constituída de raiz, com gente que não tem vícios e, portanto, como a concorrência é de alto nível, é muito estimulante. E vê-se, porque eu ando a trabalhar desalmadamente, mas ainda bem que a Júlia é minha adversária.

A amizade com a Júlia mantém-se?
Claro, a amizade é outra coisa.

O que sentiu quando os elementos da Produção trocaram o «Você na TV» pelo «Querida Júlia»?
Nada. Isto são profissões que envolvem desafios, nós não somos profissionais de casa alguma.
Ainda a Judite de Sousa disse isto esta semana: começar um desafio aos 50 anos é muito bom. Começar sem se saber se vai ganhar, quando se estava a ganhar, é muito bom.
Eu disse aos meus colegas «Vão porque é um desafio!». Agora, tivemos de construir uma equipa nova, o que foi bom. É uma equipa muito empenhada e está ali sempre muito aguerrida. Eu acho que a mudança é sempre benéfica, para quem muda, mesmo que se perca, é um risco.
A vida é um desafio. É sempre bom para quem muda, porque vai arriscar do zero, se quiser e se tiver fibra para isso, e a Júlia tem; e é bom para quem fica, porque vai fazer com que se deixe aquela rotina de uma equipa ganhadora e vamos ter de inventar coisas e nós inventamos trinta por uma linha.

(Entrevista: Vanessa Costa Nunes)