
"Os artistas em vez de fazerem tantos discursos miserabilistas, catastrofistas e de autocomiseração, deviam mexer-se. E uma série desses artistas que vivem em autocomiseração (...) continuam a não se mexer e se calhar deviam olhar para este exemplo, desta equipa [do 'Como É Que o Bicho Mexe?'] que teve uma trabalheira durante dois meses. Fizeram o inimaginável que foi transformar a adversidade na melhor coisa possível (...) Isto é que é ter amor à profissão e ter sentido de responsabilidade e de utilidade", frisou Joana Latino no programa "Passadeira Vermelha".
Veja o vídeo:
O comentário da jornalista tem sido criticado nas redes sociais, com vários artistas a pronunciarem-se. Na sua conta no Instagram, Nuno Markl frisou que "não é bonito ver o 'Como É Que O Bicho Mexe?' a ser usado como arma de arremesso contra a classe artística". "Como se os directos do Bruno se revelassem, afinal, a solução mágica para os graves problemas de uma quantidade tremenda de profissionais da cultura, em extraordinárias dificuldades nestes tempos. É grosseiro e demagógico, quase num nível Bolsonárico", escreveu.
"A classe artística não é queixinhas - é feita de muita gente com vidas, com famílias, e que há meses que tem a sua vida suspensa, com tanto trabalho adiado sine die, ou mesmo definitivamente cancelado", rematou Nuno Markl.
Na sua conta no Facebook, o realizador Vicente Alves do Ó também reagiu aos comentários de Joana Latino. "Na opinião soberana da jornalista Joana Latino no programa da SIC, 'Passadeira Vermelha', os artistas que se viram privados de trabalho e rendimento são todos uns fiteiros e ao invés de fazerem discursos miserabilistas deviam mexer-se. Fazer qualquer coisa e parar de se queixar. Para dar o exemplo, foi buscar o direto do Bruno Nogueira no Instagram, que agarrou milhares de pessoas todas as noites. Joana, a diferença entre os diretos do Bruno, Markl e companhia e uma companhia de actores da Covilhã é e continua a ser sempre a mesma: sentido de oportunidade, centralismo e mediatismo", frisou o realizador.
Também o ator Manel Moreia comentou a polémica. "Adorava que, por uma vez, os disparates que são ditos no mainstream por alguns alarves ignorantes não passassem pelos pingos da chuva e que os meus colegas da SIC, casa que muito estimo, dessem um contraditório a esta parvalhona", escreveu o ator nas redes sociais.
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