Salvador Sobral subiu ao palco do Festival Eurovisão da Canção na primeira semifinal do evento, que decorreu na noite desta terça-feira, 9 de maio, em Kiev. Com "Amar Pelos Dois", tema composto por Luísa Sobral, o jovem cantor garantiu um lugar na final do evento anual.

Para a final de sábado, 13 de maio, ficaram igualmente selecionados os representantes da Moldávia, Azerbeijão, Grécia, Suécia, Polónia, Arménia, Austrália, Chipre e Bélgica.

A última vez que Portugal competiu numa final do Festival Eurovisão da Canção foi em 2010,  com o tema "Há Dias Assim", interpretado por Filipa Azevedo. A melhor classificação portuguesa no concurso foi um sexto lugar em 1996, com a canção “O meu coração não tem cor”, interpretada por Lúcia Moniz.

Nas redes sociais, a atuação de Salvador Sobral bateu recordes. Na página de Facebook da Eurovisão, o excerto da atuação do cantor português reuniu aproximadamente 30 mil gostos em menos de uma hora. Já no Twitter, o tema foi um dos mais elogiados durante a cerimónia.

Devido aos problemas de saúde, o cantor português viajou para Kiev, na Ucrânia, apenas no domingo, na véspera da primeira semifinal, tendo apenas participado nos últimos ensaios. Nas semanas anteriores, a sua irmã e compositora da canção, Luísa Sobral, represento-o nos preparativos da Eurovisão. Mas nem isso afetou a classificação de Portugal nas casas de apostas online, que colocam Salvador como o segundo favorito para vencer a edição de 2017 do festival.

Em entrevista à RTP1, o jovem cantor de 27 anos revelou que as primeiras horas em Kiev, na Ucrânia, foram "uma loucura". "Eu, de repente, senti-me o Ronaldo", frisou Salvador Sobral. "[Estar em palco] é o que eu gosto de fazer. Para já, estou a cantar e é por isso que estou aqui. Então, nesses três minutos há paz. Depois é outra vez, 'olha, vem por aqui, depois por aqui...'", explicou o cantor.

Em cada semifinal participam concorrentes de 18 países e a final é disputada por representantes de 26 territórios: os 20 qualificados nas semifinais, os denominados ‘Cinco Grandes’ (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) e o país anfitrião (Ucrânia). A a segunda semifinal será transmitida em diferido na quinta-feira, 11 de maio, pelas 22h00, na RTP.

Os dez finalistas de cada semifinal são escolhidos com base no voto do público e dos jurados de cada país.

A simplicidade da canção

Com “Amar pelos dois”, que venceu a 6 de março a final do Festival da Canção, Portugal poderá obter um dos melhores resultados de sempre, a avaliar pelas apostas e pelas reações que têm sido difundidas nas redes sociais ou pelo destaque dado ao cantor português por meios de comunicação social estrangeiros.

"De repente, acontece um milagre no mundo estereotipado da música televisiva", escreveu o El País a a 16 de abril. O jornal espanhol frisou ainda que o" mundo previsível da música pop" precisa de mais artistas como Salvador Sobral.

O jornal The Sun também dedicou um artigo ao cantor português. "Parece que o talento corre na família de Salvador uma vez que a sua irmã, Luísa Sobral, também competiu na seleção nacional [do programa 'Ídolos'] tendo ficado em terceiro lugar na primeira semifinal", frisa a publicação, acrescentando que Portugal é um dos principais candidatos à vitória da Eurovisão.

Em entrevista à RTP3, Salvador Sobral revelou que Luísa Sobral, a sua irmã e compositora de "Amar Pelos Dois", escreveu duas canções para o Festival da Canção. "Mandou-me duas canções. Mandou-me esta e mandou-me outra e disse-me: esta remete mais às canções dos anos 1960 do Festival da Canção. E eu gostei sempre mais desta. E o meu pai disse 'esta é que é'. Não é tão festivaleira, mas esta é mais bonita", contou, sublinhando que o tema não o compromete. "Podia estar num disco meu ou dela. É uma coisa bonita, simples, genuína e espontânea. Tem tudo de bom esta canção", defende o músico de 27 anos.

As atuações da primeira semifinal

A gala do Festival da Eurovisão da Canção começou com uma atuação do artista ucraniano Monatik. No arranque, os apresentadores, Timur Miroshnychenko, Oleksandr Skichko e Volodymyr Ostapchuk, relembraram que cerimónia iria celebrar a diversidade, o mote da 62ª edição do certame.

Robin Bengtsson, pela Suécia, com "I Can't Go On", foi o primeiro a subir ao palco, com um tema pop a fazer lembrar Justin Timberlake. O fato roxo escolhido pelo cantor recebeu vários elogios nas redes sociais.

Tako Gachechiladze, representante da Geórgia, foi a segunda artista a pisar o palco da Eurovisão. A cantora apresentou “Keep The Faith”.

Com 17 anos, Isaiah foi o escolhido para representar a Australia. O jovem apresentou "Don't Come Easy".

Lindita, que participou no programa "American Idol" foi a quinta a subir ao palco da primeira semifinal do festival. A representante da Albânia interpretou o tema "World".

Blanche, pela Bélgica, apresentou "City Lights". Apesar de alguns problemas de afinação, a artista conseguiu convencer as redes sociais.

Conhecido como homem da trança, Slavko Kalezić trouxe ao palco um tema disco sound, "Space".

Norma John, Lasse Piirainen e Leena Tirronen, foram os escolhidos para representar a Finlândia na Eurovisão.

A atuação do Azerbaijão foi uma das mais marcantes da noite. Dihaj cantou "Skeletons".

Salvador Sobral foi o nono artista a subir ao palco do Festival Eurovisão da Canção. A atuação do artista português foi uma das mais aplaudidas da noite.

Demy, representante grega, levou ao palco do festival "This Is Love".

Pela Polónia, Kasia Moś apresentou "Flashlight.

Os Sunstroke, pela Moldávia, apresentaram "Hey Mamma", canção inspirada numa despedida de solteira.

Svala, da Islândia, levou ao palco o tema "Paper".

"My Turn" foi o tema apresentado por Martina Bárta, cantora da República Checa.

Hovig foi o escolhido para representar o Chipre na edição de 2017 da Eurovisão, com "Gravity".

Artsvik representou a Arménia com "Fly With Me".

Omar Naber apresentou "On My Way", em representação da Eslovénia.

Triana Park foi a última a subir ao palco. A cantora da Letónia apresentou "Line".

No final de todas as atuações, Jamala, vencedora da edição de 2016, subiu ao palco para apresentar "1944".

Conflito entre a Ucrânia e a Rússia:

À parte da participação portuguesa, esta edição do Festival Eurovisão da Canção ficará marcada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

A 13 de abril, a Rússia anunciou que não iria participar no concurso após a Ucrânia ter impedido a entrada da concorrente russa em território ucraniano.

De acordo com a Agência France Presse, a cantora Yulia Samoylova está proibida de entrar na Ucrânia durante três anos, por ter dado um concerto na Crimeia em junho de 2015, após a anexação russa daquela península em 2014.

Entretanto, a organização do festival sugeriu à Rússia a possibilidade de participar no festival com uma atuação via satélite, algo que foi imediatamente rejeitado. A cadeia de televisão russa Perviy Kanal anunciou na quinta-feira que não irá emitir o concurso devido à interdição. Depois deste anúncio, a organização do Festival Eurovisão da Canção divulgou que a Rússia “não está em condições de participar na competição deste ano”.

Além disso, a organização do festival, que insiste na participação da cantora russa, ameaçou excluir a Ucrânia das próximas edições do concurso se Kiev insistir em proibir a entrada de Yulia Samoylova no país.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.