Os ataques de loucura da personagem podem ser a razão para este efeito, mas Sara Prata não desarma e encara as abordagens na rua com fair-play.

A novela «Espírito Indomável» rapidamente subiu ao topo das audiências. A que se deve este sucesso?

Ao fazermos a novela percebemos logo que seria um projecto diferente. Há uma ligação com a terra, agressiva, mais física e carnal. Sentíamos que o público iria adoptar e amar a história muito rapidamente. Principalmente porque possui universos muito distintos que acabam por ficar unidos. Há muitas histórias de amor e de infidelidade que cativam o público.

É também uma história com muito humor...

Sim, existem muitos núcleos cómicos que ajudam a aliviar um pouco a intensidade que é vivida em Coruche e toda a trama em redor das armas. Julgo que esta ligação do cómico com o lado mais duro, mais agressivo, faz com que o público se tenha apaixonado.

Gosta de fazer de vilã?

A «Susana» não é bem uma vilã. Ela vive numa grande angústia e desespero. Está a viver um sentimento que não consegue controlar e que jamais pertenceria aos seus ideais. Ela é uma vilã, no sentido em que é uma jovem mulher desesperada, porque está num universo que não é o dela e está a perder o homem da vida dela («Rafael», interpretado por Diogo Amaral).

Mas vai apaixonar-se pelo «Tristão» (Pedro Lima)?

Sim. Ao mesmo tempo tem esse lado desesperante de estar apaixonada, ou de estar a sentir uma atracção, por um homem que seria impensável. Ela quase acaba por se desligar do Rafael, inconscientemente, porque o outro lado é super atractivo e ela não pode fazer nada. É o que eu costumo dizer às senhoras que passam por mim na rua e me dizem: «Deixe o ‘Tristão' em paz'. Eu respondo que não posso fazer nada porque ele é super atraente» (risos).

Essas abordagens são na brincadeira ou há pessoas que a levam a sério?

As pessoas levam a sério, acreditam nesta história. Com a «Susana» tenho sentido uma coisa engraçada. As pessoas têm medo de mim e não sei porquê. Não sei se têm medo que comece aos gritos com elas, que faça alguma coisa disparatada. As pessoas dizem ‘olha está a ali a Susana' e desviam-se completamente de mim. Não sei porquê mas a «Susana» suscita medo (risos).

Já teve alguma situação desagradável na rua?

Não. Levo as coisas muito na brincadeira, embora veja que algumas pessoas se mostram furiosas por eu andar a tirar o «Tristão» à «Tininha». É muito engraçado ver que as pessoas sentem isto e que falam comigo na rua como se eu fosse mesmo a «Susana».

Diverte-se nas gravações?

Muito. É sem dúvida o projecto onde me custa menos passar o tempo, ainda por cima com este calor intenso. Levamos tudo de uma forma muito fácil, estamos sempre a brincar. Alegria no trabalho, é muito importante e, sem dúvida nenhuma, que estou a ter um grande prazer em fazer a «Susana».

(Entrevista: Inês Costa/SapoTV)