Com um percurso no cinema há quase 20 anos, Edgar e Rafael Morais contam ambos com experiências na escrita e na realização no currículo, mas é como atores que têm tido atividade mais constante (incluindo nos palcos, até porque se formaram na Escola Profissional de Teatro de Cascais).
Edgar participou, nos últimos tempos, nos filmes "Restos do Vento", de Tiago Guedes, ou "O Pior Homem de Londres", de Rodrigo Areias. Rafael é coprotagonista de "Irreversível", de Bruno Gascon, uma das novas séries da RTP, e integrou o elenco de "Mal Viver"/"Viver Mal", o aclamado díptico de João Canijo.
"Um Café e Um Par de Sapatos Novos", no entanto, tem a particularidade de os juntar, não pela primeira vez, mas de uma forma que ambos consideram a mais intensa até aqui. E com desempenhos à altura, determinantes para ajudar a tornar uma história baseada em factos verídicos num drama preciso e sentido, sem as muletas emocionais de outros relatos sobre a doença e a adversidade.
Ambientado em Tirana e dirigido pelo albanês Gentian Koçi (cuja primeira longa-metragem de ficção, "Daybreak", de 2017, não chegou ao circuito comercial português), é um mergulho no quotidiano de dois gémeos, Agim (Rafael Morais) e Gëzim (Edgar Morais), que vivem juntos com a companheira do segundo, Ana (a albanesa Drita Kabashi, tão credível como a dupla). Mas se a surdez partilhada pelos irmãos já parece estar integrada na sua rotina, um diagnóstico de cegueira iminente vem abalar esta convivência de forma tão abrupta como implacável. E estreita os limites de um filme já de si contido e conciso, cru e duro, com pouquíssimos diálogos e sem banda sonora a orientar o (des)conforto do espectador.
Que Gentian Koçi não torne, apesar de tudo, este cenário angustiante num jogo de massacre é um dos pequenos milagres desta abordagem minimalista, que vai reduzindo o novelo de relações e afetos ao essencial.
Produzido pela portuguesa Maria & Mayer e pela albanesa ArtLab Film Production com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual, "Um Café e Um Par de Sapatos Novos" é a primeira aposta na inclusão de legendagem para surdos em estreias comerciais da distribuidora Zero em Comportamento, chegando a mais de uma dezena de cidades nacionais a partir desta quinta-feira, 31 de outubro.
Antes, Edgar e Rafael Morais encontraram-se com o SAPO Mag na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, para recordar os dias em que estiveram na Albânia, em 2021, para a rodagem do filme que se estreou no país no ano seguinte, foi o candidato albanês à nomeação para Óscar de Melhor Filme Internacional em 2023 e já saiu premiado dos festivais de Munique, Tallinn, Pequim ou Sarajevo.
SAPO Mag - Como é que chegaram a protagonistas de um filme de um realizador albanês centrado na surdez e na inevitabilidade da cegueira?
Edgar Morais - O realizador fez uma pesquisa enorme por vários países.
Rafael Morais - Ele estava a procurar há imenso tempo pelos protagonistas. Fez casting com vários atores irmãos surdos, e não conseguiu encontrar irmãos surdos reais que fossem, na opinião dele, capazes de fazer este filme. Então abriu o leque e começou a ver atores irmãos, não surdos, e contactou-me pelo Facebook. Foi na altura da [série da Netflix] "White Lines", eu estava a receber várias mensagens, a maior parte coisas super desinteressantes, porque a série teve muito sucesso. E de repente, recebo uma mensagem dele: "Tenho filme sobre os dois irmãos surdos, da Albânia", com o link do primeiro filme dele, "Daybreak". E eu na altura estava com o meu irmão, tínhamos acabado de chegar de Los Angeles, e vimos o filme dele juntos, e dissemos: "Isto é do caraças". E depois lemos o argumento e achámos que era absolutamente incrível. Fizemos casting. Tivemos vários castings. Self-tape antes e depois reunião de Zoom com ele, duas ou três, em que ele nos fez perguntas pessoais para nos conhecer melhor.
Edgar Morais - Quando soube primeiro sobre o projeto, não achei que o fosse achar interessante, porque normalmente não é o caso. Sendo sobre gémeos ou não, é difícil para mim encontrar um projeto como ator que me faça mesmo querer trabalhar nele. Sou muito exigente nesse aspeto, porque também faço outras coisas às quais me quero dedicar mais, a menos que seja um projeto mesmo apaixonante. E este foi o caso. Normalmente, não aparecem projetos desta qualidade assim na internet. Mas depois de ter visto o primeiro filme, de ter lido o guião... o guião é dos melhores guiões que alguma vez li. Foi uma oportunidade incrível, sim, na vida.
SAPO Mag - Vocês já tinham trabalhado os dois como atores, pelo menos numa curta, certo?
Rafael Morais - Já, mas não como gémeos. Duas curtas. Uma curta minha, há muito tempo em Los Angeles, muito low budget, em que eu o dirigi ele, mas passou no IndieLisboa e no NewFilmmakers Los Angeles. Não passou em mais porque não tinha dinheiro para ir para outros festivais. E depois trabalhei com o meu irmão, como ator, e fora, atrás das câmaras, também, em projetos dele. Mas foi assim o primeiro projeto à séria, digamos, com dinheiro sério, com financiamento como deve ser. E foi o primeiro, sem sombra de dúvida, mas já tivemos mais ofertas. Nós temos tido ofertas, mas as ofertas que nós recebemos são, normalmente, para coisas ou para personagens que nos interessam absolutamente nada, porque são aqueles gémeos...
SAPO Mag - Estereotipados? Para comédias?
Rafael Morais - Estereotipados ou personagens gémeas pouco desenvolvidas, que estão lá por serem gémeas. E esta foi a primeira vez em que vimos duas personagens individuais, bem escritas individualmente e num projeto de qualidade. Certo?
Edgar Morais - Sim, foi uma exceção, sim, verdade.
SAPO Mag - E são duas personagens individualizadas, distintas, mas que não comunicam verbalmente, não ouvem, e começam a deixar de ver a certa altura. Isso é algo muito mais específica do que serem só gémeos...
Edgar Morais - Sim, o trabalho de caracterização foi bastante extenso. Tiveram de nos fazer parecer mais velhos, porque as personagens tinham 40 anos ou 30 e muitos. Para além disso, jogaram um pouco com a ideia de nos fazer mais parecidos do que somos.
Rafael Morais - Isto é o ponto interessante. Apesar de, no papel, serem completamente distintos, o realizador intencionalmente usou e houve, por exemplo, detalhes de raccord ou de mudas de roupa, posições de câmara, etc, para brincar com a audiência, no sentido de sublinhar a relação entre estes dois irmãos, de confundir o público. Porque isso leva-te a aproximar das personagens a nível emocional. É uma coisa física, mas que tem uma intenção emocional e estratégica a nível de narrativa muito interessante. Mas as personagens no papel são muito diferentes. Íamos trocando de t-shirts, o cabelo está muito parecido, a barba...
Edgar Morais - Tivemos de ganhar peso para a personagem. Parece ridículo estar a falar sobre isso, tendo em conta o filme que é... Mas não é ridículo porque foi importante.
Rafael Morais - Não é ridículo. Acho que é um bom ponto, o que o Edgar está a dizer. É sempre estranho falar, eu acho, sobre o processo de ator, porque hoje em dia está tão banalizado, com o "method acting"... O que eu acho, na verdade, é que é usado para autopromoção falar do processo, o quão duro foi, "e engordei 30 quilos"... e isso não serve o filme, serve mais o ator. E neste caso, e acho que é o ponto que o meu irmão mencionou, não foi no sentido de "show off". Para mim, e acho que falo pelo Edgar também, a nível profissional, foi a primeira vez que tive necessidade, para elevar a história e a personagem, de ir mais a fundo. Não só ganhar peso, como ir passear pelas ruas de Tirana, a capital da Albânia, com vendas nos olhos, de estarmos a viver na mesma casa com a Drita [Kabashi], de estarmos duas semanas sem falar...
SAPO Mag - Quanto tempo durou esse processo todo, em que estiveram a viver juntos?
Edgar Morais - Em Tirana, foram dois meses e meio, qualquer coisa por aí. Mas antes, começámos em Lisboa.
SAPO Mag - Concentrados só neste filme?
Rafael Morais - Sim. E antes disso, tivemos meses e meses de aulas de língua gestual pelo Zoom.
SAPO Mag - Língua gestual albanesa, certo?
Rafael Morais - Sim. Era uma coisa que eu não tinha noção até fazer este filme, e acho que a maior parte das pessoas não tem. E isso é outro ponto, acho que este filme me tornou muito mais empático nesse sentido, perceber muitas coisas e que não é linguagem gestual, é língua gestual. E de haver uma língua gestual, mas cada país tem a sua, apesar de serem muito semelhantes em muitas coisas. Acho que me abriu os olhos para como a sociedade funciona e me tornou mais empático com esse tipo de pessoas com dificuldades físicas, mas que apesar disso, têm toda a capacidade mental e que não têm uma vida, entre aspas, normal, porque a sociedade não lhes permite que tenham. Isso para mim, pessoalmente, foi o que eu tirei mais do filme.
SAPO Mag - E como foi partilharem o mesmo espaço, durante algum tempo, no qual interpretam dois irmãos gémeos que vivem juntos?
Rafael Morais - A química já lá estava, já nos conhecemos há 35 anos. Isso é uma coisa que, por muito que tentes recriar com outro ator, é impossível.
Edgar Morais - Para mim foi isolar-me e tentar perceber o que é que significa a perda de de contacto com o mundo à nossa volta, basicamente foi a ideia. Foi trabalhar pouco mais de descascar isso do que trazer, foi mais afastar qualquer tipo de conexão ou afinidade.
SAPO Mag - Nos últimos anos, surgiram alguns filmes que se debruçam sobre a surdez. "Som do Metal", "CODA - No Ritmo do Coração", o ucraniano "A Tribo", há mais tempo... Viram esses filmes, ou já tinham visto? E procuraram aproximar-se ou distanciar-se deles de alguma forma?
Rafael Morais - É verdade. Não vimos como pesquisa. "A Tribo" é um filme incrível, por exemplo. Do "Som do Metal" também gosto bastante.
Edgar Morais - E também vi o "Hannibal", a sequela de "O Silêncio dos Inocentes", em que a Emily Watson faz um trabalho muito bom no papel de uma invisual.
Rafael Morais - Eu pedi pedi recomendações ao realizador, mas mais de visual, mais de ambiente, de cenas específicas, se ele tinha algumas recomendações de personagem... não tanto para a cegueira, porque isso veio das pessoas que nós conhecemos. Tivemos tempo, uma coisa que é raríssima de ter em cinema, e o Gentian, que eu acho que é um realizador incrível, teve sensibilidade para saber que este tipo de projeto teria de envolver ensaios, teria de envolver pesquisa, e nós tivemos o apoio da Associação de Surdos da Albânia, que foi uma coisa que nós dois exigimos.
Edgar Morais - Exigimos que eles estivessem presentes durante as filmagens.
Rafael Morais - Como atores, a primeira coisa que nos assustou foi "Ok, a personagem é incrível, é um desafio incrível como atores, mas espera, nós não sendo surdos, temos de ter a certeza de que estamos, pelo menos, a representar esta comunidade como deve ser". E exigimos isso, e obviamente que isso já estava pensado e não houve sequer dúvida nenhuma do Gentian, foi a primeira coisa que fez. E para mim, a pesquisa não veio de outros filmes, veio de falar com pessoas que são surdas, pessoas que são cegas e das experiências por que passaram. E depois, pronto, os ensaios e ir mesmo descobrir isso.
SAPO Mag - Até porque essa questão da representatividade e da forma como é abordada é um tema cada vez mais presente. Mas como disseram atrás, o realizador não ficou satisfeito com a procura de atores surdos nos castings anteriores.
Edgar Morais - O Gentian prometeu que o filme não existiria, de todo, se nós não o fizéssemos, se não fôssemos nós os atores.
Rafael Morais - Esteve dois anos à procura.
Edgar Morais - Foi algo de que falámos bastante, tivemos essa preocupação.
Rafael Morais - E atenção, podes contratar dois atores surdos, mas não podemos esquecer que as personagens vão ficar cegas. Portanto, nunca vais conseguir, como é que vais encontrar?
SAPO Mag - Sim, é demasiado específico.
Rafael Morais - Temos de passar para a imaginação, temos de passar para a ficção. Não há outra hipótese, por muito que se quisesse. E para além disso, são personagens que pedem um arcabouço e uma disponibilidade emocional de "take after take" e de dias de rodagens extremamente longos que dificilmente conseguirias como o comum dos mortais, digo eu...
SAPO Mag - E disseste que o realizador te recomendou alguns filmes...
Rafael Morais - Eu pedi, mas ele, na verdade, não mencionou muitos.
Edgar Morais - Ele é um grande fã de "O Sabor da Cereja", do Abbas Kiarostami. E há bastantes elementos parecidos entre os dois filmes, mas não diretamente, de forma nenhuma.
Rafael Morais - Mas deu-nos a oportunidade de conhecer várias pessoas na Albânia, que fazem parte da Associação de Surdos, que começaram suas próprias associações sem fins lucrativos para ajudar pessoas com cegas e surdas. Foi incrível, porque ele conseguiu espaço, uma casa, uma vivenda, para eu, o meu irmão e a Drita [Kabashi], que faz de namorada do Gëzim, vivermos juntos, e onde fazíamos jantares com pessoal das sessões, falámos com elas por língua gestual, entrevistámos... Isso, para mim, é melhor, porque vais à raiz, ao invés de procurar influências em filmes.
SAPO Mag - Este é um filme sobre enfrentar a adversidade e, muitas vezes, essas histórias têm um lado esperançoso, e até adocicado, que pode ser irrealista e problemático. Neste caso há crueza, mas também um lado afetuoso. Esse tom já tinha sido estabelecido pelo Gentian à partida? Como é que encontraram esse balanço emocional?
Rafael Morais - É uma linha muito ténue. Nunca tivemos próximo de fazer uma coisa, como tu disseste, adocicada. Mas houve alturas, pelo menos do meu ponto de vista, em que as coisas poderiam estar a afunilar para uma coisa naturalmente tão dramática, tão pesada - porque é um tema pesado -, que poderia passar como exagero. Portanto, é uma coisa muito delicada, tivemos a sorte de ter um realizador como o Gentian com sensibilidade para nos guiar, mas nunca tivemos o risco de ser uma coisa desse género. Porque na verdade, do meu ponto de vista, o filme é sobre amor, o amor incondicional, o amor extremo, quase romântico, do limite de irmandade. Isto nas mãos erradas teria sido desastre absolutamente megalómano, e estou muito orgulhoso do filme. Mas foi um processo muito duro, no melhor dos sentidos, porque eu não procuro coisas fáceis, e acho que falo pelo Edgar também.
SAPO Mag - Dizias-me há pouco, Rafael, antes desta entrevista, que há papéis que te envolvem demasiado e dos quais não te consegues distanciar. Foi este o caso? Foi dos mais pesados?
Rafael Morais - Muito pesado, mas acho que é como tem de ser, como deveria ser, como deve ser, para fazer um filme honesto, minimamente honesto.
Edgar Morais - Não é um filme leve, de forma nenhuma. E marcou-me, honestamente, muito tempo, depois das filmagens. Por várias razões: pelo filme, pelos temas, pela personagem, por filmarmos na Albânia, estava muito calor, o verão mais quente.
Rafael Morais - Não, não, literalmente. Acho que o verão mais quente da última década na Albânia foi quando estivemos a filmar.
Edgar Morais - A experiência toda foi extremamente complexa e deixou cicatrizes que acho que vão ser para sempre.
SAPO Mag - E estiveram os dois a viver com a atriz Drita Kabashi, com quem contracenam, que presumo que não conheciam antes. Como é que foi adaptarem-se a essa convivência diária com uma pessoa nova, para o mesmo trabalho?
Edgar Morais - Esse aspeto foi fácil, devido ao talento da Drita e à disponibilidade que ela apresentou. Foi um pouco estranho para nós, imagino que também terá sido para ela. Também não conhecia o realizador, conheceu com o projeto. E mesmo sabendo que nós já nos conhecíamos, por exemplo, e sendo uma rapariga também, e o filme tem cenas delicadas...
Rafael Morais - Ela, na verdade, tinha menos experiência do que nós, a nível do número de trabalhos profissionais. Tinha feito algum teatro e umas coisas mais pequenas, mas foi totalmente acertado. Lá está, só prova mais uma vez a sensibilidade do Gentian. Esta personagem, numa atriz errada, teria não só prejudicado o filme, mas também a mim, ao meu irmão e à narrativa em geral, sem sombra de dúvida. E ela foi incrível. Foi imediato, eu acho. Mas nós também tínhamos tido o Zoom com ela. Digitalmente, já nos conhecíamos.
Edgar Morais - Havia química.
SAPO Mag - Trabalhar lá fora não é uma novidade para vocês, mas da realidade albanesa conhecemos muito pouco...
Edgar Morais - Sim, eu não conhecia nada.
SAPO Mag - Da indústria de cinema ou de televisão, não temos grande noção...
Rafael Morais - É um mercado ainda mais pequeno do que o nosso, comparando. Portanto, imagina.
Edgar Morais - Mas a nível profissional, a nível de equipa, não houve diferença nenhuma. Aliás, fiquei extremamente surpreendido com toda a gente, a nível de talento e intelectualidade, não só da equipa, mas das pessoas na cidade também.
Rafael Morais - Totalmente abertos, mente aberta. As pessoas com quem tinha falado que já tinham visitado a Albânia tinham uma ideia completamente errada, na minha opinião, se calhar porque já foram há muito tempo, mas a minha experiência foi absolutamente incrível. Mesmo pessoas que não estavam no set, as pessoas na rua, no dia a dia. Lojinhas, restaurantes... Eu tenho saudades de Albânia, para ser honesto. Tenho muitas saudades, acho que é um país incrível.
SAPO Mag - O filme chega a Portugal dois anos depois da estreia na Albânia. Como é que tem sido o vosso contacto com o Gentian? Há ideia de voltarem a colaborar?
Rafael Morais - Sim, temos mantido contacto, até porque agora vai estrear-se em Portugal. Eu espero que sim. Sei que ele está a escrever o próximo. O Gentian é o tipo de realizador que demora o tempo que precisa para escrever o filme. Sei que está a escrever, mas vai demorar o seu tempo. E acho que é o tipo de realizador que chamará os atores para colaborar novamente, criar a família. Acho que foi uma experiência, para todos, bastante enriquecedora. Está na mesa, nada falado ainda, porque lá está... Ele faz cinema não para fazer dinheiro, mas porque precisa de fazer cinema, porque é apaixonado por cinema.
SAPO Mag - Gostariam de realçar mais algum aspeto do filme?
Rafael Morais - Posso acrescentar que gostava mesmo que este filme fosse visto nas salas. Não acho que este apelo vá fazer com que as pessoas vão o cinema, mas é um desejo que aqui fica registado. Apesar de não ser um filme português, é um filme independente e acho, honestamente, que merece ser visto. Merecem todos, mas este especialmente, pela temática, pelo design de som... É um filme que vai ser duro para mim rever outra vez. Se puder, não o vou rever, durante algum tempo. Quero alguma distância, mas acho mesmo que o filme deve ser visto em sala, porque teve toda uma pós-produção com muito cuidado, por causa da temática, especificamente para ser visto em sala. Estou muito contente que se estreie em sala.
TRAILER DE "UM CAFÉ E UM PAR DE SAPATOS NOVOS":
Comentários