Embora James Franco tenha sido alvo de acusações de assédio sexual nos últimos meses, essa controvérsia não deverá ameaçar a continuidade do ator na segunda temporada de "The Deuce", da qual é protagonista num papel duplo, encarnando dois irmãos gémeos, e foi ainda um dos realizadores e produtores executivos na primeira época.

Quem o garante é Megan Abbott, uma das argumentistas da série sobre os bastidores da indústria pornográfica. "É claro que vai regressar", confirmou durante na noite da cerimónia dos prémios do Sindicado dos Argumentistas Americanos, no passado fim de semana, revela o site Entertainment Tonight.

James Franco foi acusado por cinco mulheres de comportamento impróprio e abuso de poder. As acusações incluem ter obrigado a atriz Violet Paley a fazer-lhe sexo oral e forçado alunas das suas aulas de representação a protagonizar cenas nuas ou seminuas.

David Simon, criador de "The Deuce", já tinha dado a entender que as acusações não deveriam afetar, para já, a colaboração de Franco na série. "Só posso falar com conhecimento de causa de 'The Deuce'. Estive a falar com todos os produtores e o resto da equipa. Não temos queixas nem registo de nenhum incidente que envolva o senhor Franco. A HBO também não recebeu nenhuma queixa. Quanto a nós, ele é completamente profissional enquanto ator, realizador e produtor", assegurou em entrevista à Variety em janeiro.

James Franco também disse não entender as acusações. "Não faço ideia do que fiz à Ally Sheedy. Dirigi-a numa peça Off-Broadway [em 2014]. Passei um ótimo tempo com ela, todo o meu respeito por ela. Não faço ideia porque é que ela estava chateada", respondeu Franco também no mês passado, durante uma entrevista no programa de Stephen Colbert.

Sobre as outras acusadoras, o ator foi mais vago: "Em relação às outras... na minha vida tenho orgulho por assumir a responsabilidade pelas coisas que fiz. Tenho de fazer isso para manter o meu bem-estar. Faço isso sempre que sei que há algo errado que precisa ser alterado. Faço questão de fazê-lo", assinalou.

"As coisas que ouvi que estavam no Twitter não eram corretas. Mas apoio completamente as pessoas darem a cara e serem capazes de ter uma voz porque não a tiveram durante muito tempo. Portanto, não as quero calar de forma alguma acho que é uma coisa boa e apoio", acrescentou.

"Não consigo viver se é preciso corrigir alguma coisa. Irei fazê-lo. Se fiz alguma coisa errada irei corrigi-la. Tenho de o fazer. Acho que é assim que funciona. Não tenho realmente as respostas em relação à questão maior de como o fazermos. Acho que a questão de tudo isto é ouvirmos", concluiu.