Inicialmente poderíamos considerar desnecessária esta adaptação, mas a série expande o conceito original dos Coen, relembre-se, baseado em acontecimentos verídicos ocorridos no peculiar Estado norte-americano do Minnesota.
“Fargo” presta tributo aos Coen criando por si só outro clássico moderno, focando diferentes personagens em circunstâncias semelhantes. E os irmãos deram a sua bênção à adaptação de Noah Hawley, sendo produtores executivos da série.
Os eventos retratados nos episódios da primeira temporada são absolutamente bizarros, numa espécie de descida do diabo à terra que coloca vários membros de uma comunidade em polvorosa com a capacidade de trazerem ao de cima os piores tratos da sua humanidade. A história não é propriamente um mistério sobre quem cometeu o crime, tratando-se mais de um relato sobre a arte de praticar o mal versus o bem, a manipulação da bondade das pessoas e o sobretudo o desastre que é tentar ocultar e desvendar um crime nas planícies gélidas do Minnesota.
O elenco é um tratado em termos de representação, com nomes como Billy Bob Thornton, Martin Freeman, Colin Hanks, Bob Odenkirk e Oliver Platt, entre muitos outros. Os atores dão um autêntico “show”: Thornton está fascinante, mas curiosamente é Allison Tolman, uma actriz no primeiro grande papel da sua curta carreira que sobressai entre os seus pares. A escrita é sublime e o retrato dos personagens é um mimo, num misto entre o insólito e o hilariante. “Fargo” é um destino obrigatório no pequeno ecrã.
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