A carreira no cinema de
Jennifer Jones é acompanhada por uma incógnita permanente: teria ela tido o mesmo sucesso sem o apoio do produtor
David O'Selznick, que lhe lançou a carreira e com quem haveria de casar em 1949? Embora o talento dela nunca tenha estado em causa, a forma como a sua carreira foi meticulosamente moldada por ela deixou uma recorrente interrogação sobre as reais possibilidades de uma actriz confinada ao espartilho do que o seu mentor considerava adequado à sua carreira.
Jones, nascida Phylis Lee Isley, chegou a Hollywood em 1939, aos 20 anos, e após papéis secundários em filmes de segunda linha, foi descoberta por Selznick, já então todo poderoso produtor de filmes como
«E Tudo o Vento Levou». Mudou-lhe o nome para Jennifer Jones e deu-lhe o papel principal de
«A Canção de Bernadette», como uma adolescente francesa que vê todas as atenções crescentemente focadas sobre si ao revelar que teve uma visão na lixeira da cidade. Aos 24 anos, Jones ganhou o Óscar de Melhor Actriz pelo filme e tinha a carreira lançada.
Nas duas décadas seguintes, apesar do talento de que sempre deu provas, foi sempre vista com a protegida de Selznick, que a conduziu por interpretações notáveis em filmes como
«O Pecado de Cluny Brown» (1944), de Ernest Lubitsch, o mega-western
«Duelo ao Sol» (1946), de King Vidor, e o espantoso
«O Retrato de Jennie» (1948), de William Dieterle.
Em 1949, casou com Selznick e prosseguiu uma carreira de sucesso ao comando dos melhores realizadores, em fitas como
«Estação Terminus» (1953), de Vittorio de Sica,
«O Tesouro de África» (1953), de John Huston, e
«Adeus às Armas» (1957), de Charles Vidor, o último filme produzido para ela pelo marido, que faleceu em 1965.
A partir daí, a sua carreira definhou aparecendo em apenas mais quatro filmes, um deles o grande sucesso que foi
«A Torre do Inferno», em 1974.
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