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"Temos uma capacidade e espaço imensos no nosso subconsciente para nos imaginarmos noutras circunstâncias nos nossos sonhos e julgo que este filme é uma extrapolação disso", contou Benedict Cumberbatch na conferência de imprensa virtual de "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", decorrida este domingo, 1 de maio, na qual o SAPO Mag esteve presente.
O ator britânico avança que o protagonista "conhece outras versões, que são essencialmente ele mas que fizeram outras escolhas noutras circunstâncias com resultados diferentes".
Depois de "Homem-Aranha: Sem Volta a Casa" (2021) ter aberto as portas do Multiverso, o novo filme da Marvel Studios explora as possibilidades do cruzamento de várias realidades. Mas sempre guiado pelas inquietações de Stephen Strange, feiticeiro que enfrenta aqui um dos seus maiores desafios.
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"O filme é uma espécie uma autoanálise [do protagonista]. Colocamos-lhe um espelho à frente e levamo-lo para uma estrutura narrativa incrível guiada pelo Multiverso", assinala o ator britânico.
"Este filme é sobre encontrar as suas falhas, as suas fraquezas, a sua humanidade e as suas qualidades", acrescenta, sublinhando que a sua personagem "aprende muito rápido, não só intelectualmente mas também emocionalmente".
Cumberbatch revela ainda que nesta aventura dirigida por Sam Raimi (autor da aclamada primeira trilogia do Homem-Aranha), Doutor Estranho "é muito melhor a colaborar, a trabalhar com os outros, a perceber que não pode ser sempre ele a controlar tudo. Está e melhorar nesse sentido". E diz que o Multiverso "é ótimo combustível para uma autoterapia muito estranha e espetacular. Há uma relação entre mim, como ator, a personagem e outras versões da personagem. É muito divertido mudar o aspeto, a atitude, os maneirismos, as capacidades e mostrar o mesmo de forma diferente".
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Um papel com um mundo (ou mais) de possibilidades
Regressando aqui à personagem que encarnou em "Doutor Estranho" (2016), realizado por Scott Derrickson, e em várias aventuras com os Vingadores, o nomeado ao Óscar de Melhor Ator deste ano (graças a "O Poder do Cão", de Jane Campion) mostra-se entusiasmado por retomar uma figura "muito rica, complexa, gratificante e divertida de interpretar". "Adoro ser o vosso Doutor Estranho", confessa.
Cumberbatch também reconhece que a participação em vários filmes da Marvel lhe deu "margem e liberdade para apoiar, acarinhar e financiar outros filmes, histórias mais delicadas e árduas, temas que de outra forma não poderia abordar nem como produtor nem como ator. Estou muito grato por essa oportunidade".
O britânico aponta este papel como "uma grande, grande parte" da sua jornada, que tem conjugado êxitos comerciais e apostas no cinema independente. "Tento sempre renovar-me, procurar novos desafios e trabalhar com pessoas diferentes. E embora haja alguns limites em fazer filmes desta escala, são mais como uma maratona do que uma imersão a fundo numa personagem durante um período curto, é incrivelmente satisfatório", assume. "A minha carreira é a prova de que há espaço para tudo".
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