Ao nível europeu há também algumas portas onde os cineastas podem bater na tentativa de levar o seu projecto a bom porto. Para quem esteja agora a começar na profissão, o
Programa Media é a porta ideal a bater.

Trata-se de uma iniciativa da
União Europeia que visa, essencialmente, fomentar a produção audiovisual europeia e a sua difusão no espaço comunitário. Fá-lo não através de financiamento à produção dos filmes mas sim através de apoio à formação curricular e ao desenvolvimento de projectos de produção, e também, quando os filmes estão acabados, do apoio à promoção e distribuição dos mesmos, em festivais e nas salas de cinema.

Para quem queira arrancar com um projecto, o
programa Media, gerido em cada país por uma entidade própria denominada Media Desk, fornece apoio ao nível da formação, através de cursos em Portugal e na Europa, e do apoio ao desenvolvimento de projectos. Um projecto apresentado ao
Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) feito com o suporte do programa Media já tem uma garantia de qualidade que torna a aprovação do mesmo muito mais provável.

O principal óbice à participação no programa Media é que terá sempre de ocorrer através de um produtor. Portanto, qualquer aspirante a cineasta que queira beneficiar dele tem sempre de se agregar primeiro a um produtor.

Embora seja lógico que os portugueses concorram através do
Media Desk Portugal, nada impede que concorram ao mesmo por via de outros países membros, em programas específicos desses países.

Se conseguirem passar por todos os passos e fazer efectivamente o filme, o apoio do programa Media à distribuição e promoção torna-se facilitado se o proponentes tiverem participado em acções anteriores do Media, uma vez que o acesso aos apoios é efectuado por via de um sistema de pontuações, que acaba por privilegiar quem já tem pontos do Media.

Além do Media, o principal apoio comunitário é o
Eurimages, um fundo de apoio ao cinema europeu (à co-produção, à distribuição e exibição) no qual participam actualmente 33 dos 45 países que são membros do Conselho da Europa, sendo um deles Portugal.

O problema aqui é que, tal como no Media, também se concorre através de um produtor. O apoio financeiro à co-produção tem a forma de adiantamento sobre receitas e as condições básicas necessárias para a elegibilidade de um projecto são, entre outras, tratar-se de longas metragens de ficção, animação ou documentários, com uma duração mínima de 70 minutos, destinados a uma primeira exploração em sala; e haver participação de, pelo menos, dois co-produtores de diferentes Estados-membros do Fundo. O apoio do Eurimages nunca é superior a 15% ao valor total do projecto, mas é um recurso cada vez mais importante no financiamento do cinema europeu.