Tal como já tinha acontecido noutros países onde já estreara, "X-Men: Apocalipse" foi o filme que ficou em primeiro lugar este fim de semana nos Estados Unidos.
As receitas foram de 65 milhões de dólares e estima-se que cheguem aos 77 esta segunda-feira, quando se celebra o feriado do "Memorial Day" naquele país.
O valor fica muito abaixo dos filmes anteriores da saga dos mutantes que abriram na mesma altura: "X-Men: O Confronto Final" chegou aos 102,8 milhões em 2006, um valor que não inclui a inflação, e "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" fez 90,8 apenas há dois anos.
"X-Men: Apocalipse" poderá ter sido vítima de uma fadiga do público, uma vez que "Capitão América: Guerra Civil" chegou às salas de cinema há apenas um mês, mas vários analistas indicam também que existe a perceção de que é inferior aos filmes anteriores de Bryan Singer, manifestada tanto pelos críticos como pelos espectadores nos inquéritos de opinião à saída das salas, e que isso alastrou pelas redes sociais.
Com um orçamento de 178 milhões e a precisar de atingir os 530 para o estúdio ter lucro, as boas notícias é que o mais recente "X-Men" fez 115,4 milhões ainda antes de estrear nos Estados Unidos, o que retira a pressão do valor da estreia.
A situação de "Alice do Outro Lado do Espelho", que abriu em segundo lugar, é mais complicada.
Com 28 milhões de dólares até domingo e a possibilidade de nem chegar aos 40 até segunda-eira, a estreia ficou muito abaixo dos 116,1 de "Alice no País das Maravilhas" em 2010 e mesmo dos valores projetados no início da semana, na ordem dos 70 milhões, e das estimativas mais conservadores da Disney, que eram de 60 a 63 milhões.
Com um orçamento de 170 milhões, já está a ser considerado um novo fracasso comercial gigantesco de 2016, algo raro para a máquina da Disney.
"Alice do Outro Lado do Espelho" chegou ao mesmo tempo que Johnny Depp enfrenta um processo de divórcio de Amber Heard e acusações de violência doméstica, mas não terá sido essa controvérsia a afetar a venda de bilhetes, antes as circunstâncias terem mudado em seis anos.
"Alice no País das Maravilhas" estreou em março de 2010 beneficiando do facto de estar no auge a curiosidade com o 3D depois do sucesso meses antes de "Avatar", o que inflacionou as receitas.
Por outro lado, era realizado por Tim Burton e Johnny Depp acabara de fazer dois "Piratas das Caraíbas", que foram grandes sucessos.
Em 2016, o 3D tornou-se a norma dos grandes espetáculos de cinema e a estrela de Depp perdeu brilho junto do público com os sucessivos fracassos de "O Mascarilha", "Transcendence" e "O Excêntrico Mortdecai".
Vários analistas acreditam ainda que foi um erro fazer concorrência com "X-Men: Apocalipse" e que a Disney deveria ter encontrado uma data que retirasse a pressão de ter de fazer tanto dinheiro logo na estreia.
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