Antecipando pela estreia de "Glass Onion: Um Mistério Knives Out" a 22 de dezembro, Dave Bautista vai ter em 2023 um ano determinante na sua carreira, com o papel com mais diálogos em "Batem à Porta", de M. Night Shyamalan, a despedida do Universo Cinematográfico Marvel como Drax em "Guardiões da Galáxia Vol. 3" e um papel maior na sequela de "Dune".

Após trabalhar numa década com realizadores do calibre de James Gunn, Sam Mendes, Denis Villeneuve e Rian Johnson, e apesar de partilharem um físico semelhante e experiência como atletas do wrestling profissional (WWE), Dave Bautista separa as águas em relação a Dwayne "The Rock" Johnson, a maior estrela de cinema.

"Nunca quis ser o próximo Rock. Apenas quero ser a porra de um bom ator. Um ator respeitado", diz sem rodeios numa entrevista à revista GQ.

Se o antigo colega não é uma inspiração para o que quer fazer no cinema, Bautista revelou o impacto no início da sua nova carreira de um conselho que recebeu de outra estrela do wrestling que também fez a transição, "Stone Cold" Steve Austin: "Antes de deixar a WWE, puxou-me para o lado e disse: ' Vais receber propostas para argumentos péssimos. O dinheiro será tentador. Não sejas apanhado nessa armadilha'".

Apesar de ter sido obrigado a participar em alguns filmes de segunda linha quando evaporou o dinheiro do wrestling, Bautista garante que continuou a ser "exigente" nas escolhas até que surgiu a grande oportunidade de Drax the Destroyer no primeiro "Guardiões da Galáxia" em 2014.

Após nove anos, seis filmes e um especial de Natal, o balanço está feito: "Estou tão grato pelo Drax. Adoro-o. Mas há um alívio [por ter chegado ao fim]. Não foi tudo agradável. Era difícil interpretar aquele papel. O processo de maquilhagem estava a dar cabo de mim. E não sei se quero que o Drax seja o meu legado — é uma interpretação pateta e quero fazer coisas mais dramáticas".

Aqui entra "Batem à Porta", de M. Night Shyamalan, que chega aos cinemas a 2 de fevereiro, que descreve como "de longe o filme onde falei mais. Simplesmente páginas enormes de monólogos".

"Honestamente, estou-me nas tintas [para ser uma estrela de cinema]. Não tenho uma grande vida glamorosa. [...] Não quero saber dos holofotes, não me importo com a fama. Só quero ser um ator melhor. Quero o respeito dos meus colegas. Não preciso de elogios - realmente não preciso. É sobre a experiência, sobre saber que consegui algo”, conclui a entrevista.