Apesar de ter um elenco recheado de estrelas liderado por Christian Bale, Margot Robbie e John David Washington, "Amesterdão" entrou na lista dos maiores fracassos comerciais da história do cinema (sem incluir o impacto da inflação) após arrecadar uns escandalosos 6,4 milhões de dólares em mais de três mil cinemas nos EUA no fim de semana de estreia (7 a 9 de outubro).

Antes de saírem muitas críticas negativas, as previsões iniciais apontavam para cerca de 13 a 15 milhões.

Com um orçamento de 80 milhões de dólares e pelo menos mais 70 gastos em promoção, os analistas das bilheteiras estimam que o "thriller" em tom de comédia deverá representar um prejuízo entre 80 e 100 milhões de dólares.

Entre os custos de lançamento, incluindo para "cinema em casa" (164 milhões) e as previsões de receitas das salas a nível mundial, "video-on-demand" e de outras plataformas de "cinema em casa", "streaming" e televisão gratuita (67 milhões), o Deadline Hollywood chega a indicar um valor concreto de 97 milhões no vermelho, que pode ser ainda maior se "Amesterdão" não estiver incluído nos acordos internacionais de televisão negociados pela Disney (que não produziu o filme, tem apenas um acordo de distribuição).

Ao contrário dos grandes sucessos de bilheteira, não existem rankings formais dos fracassos: os estúdios protegem esse tipo de informação e as estimativas, por vezes com grandes intervalos, baseiam-se em estimativas dos analistas a partir dos dados disponíveis de vários fatores financeiros, como o orçamento, custos de marketing e distribuição, receitas de bilheteira e de outras formas de lançamento.

No ranking das maiores "bombas" disponível na Wikipedia a partir dessas estimativas, "Amesterdão" fica nos 50 maiores fracassos e ainda "sobe" mais se forem excluídos 13 filmes de 2020 e 2021 com o "asterisco" de terem sido lançados na pior fase do impacto da pandemia nos cinemas.

A lista dos maiores fracassos comerciais (sem o impacto da inflação) é liderada pelos filmes "John Carter" (entre 113 e 200 milhões de dólares de prejuízo em 2012), "O Mascarilha" (160 a 190 milhões em 2013) e "Engenhos Mortíferos" (174,8 milhões em 2018).

Primeiro filme do realizador David O. Russell desde "Joy" (2015), a história à volta de três vigaristas no centro de uma conspiração política nos anos 1930 tem de longe as piores críticas de uma carreira onde estão títulos importantes como "Três Reis" (1999), "Os Psico-Detectives" (2004), "The Fighter - Último Round" (2010), "Guia para um Final Feliz" (2012) e "Golpada Americana" (2013).

Acredita-se que o elenco onde ainda surgem nomes como Rami Malek, Taylor Swift, Chris Rock, Anna Taylor-Joy e Robert De Niro cobrou um valor abaixo do seu salário habitual pela oportunidade de trabalhar com o realizador, mas o orçamento "explodiu" dos 50 para os 80 milhões pela mudança da rodagem de Boston para Los Angeles por causa da pandemia.

A estreia em Portugal está anunciada para 27 de outubro.

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