Debra Messing revelou numa conferência em Palos Verdes as várias humilhações que sofreu às mãos do realizador mexicano Alfonso Arau durante a rodagem do seu primeiro filme, o melodrama "Um Passeio das Nuvens" (1995), que tinha como estrelas Keanu Reeves e Aitana Sánchez-Gijón.
Na altura, o mexicano estava no auge da fama por causa do filme "Como Água Para Chocolate" (1992) e estava a fazer o seu primeiro filme americano. Agora, com 85 anos, não reagiu às acusações, mas um representante diz que são "falsas" e "imprecisas".
Segunda a atriz, que mais tarde ganhou aclamação com a série "Will & Grace", um dos momentos mais humilhantes foi quando Arau lhe disse que o seu "nariz estava a estragar o meu filme", perguntando se era possível chamar rapidamente um cirurgião plástico.
Então com 26 anos, o episódio fê-la sentir-se "feia, como lixo e uma vergonha profunda".
Outra má experiência ocorreu logo no segundo dia de rodagem, numa cena em que a personagem de Reeves devia encontrar a de Messing na cama com outro homem. Pormenor: ninguém lhe disse que a devia fazer nua.
Desconfortável, ela abordou o realizador, que lhe respondeu "Estás a gozar? O teu trabalho é ficar nua e dizer os diálogos, é isso. Devias estar grata por ter o papel. Sai daqui!".
Falando com os produtores, estes prometeram-lhe que não existiria nudez na versão americana nos EUA, mas sim na internacional. Por seu lado, os agentes disseram-lhe que podia recusar e ser despedida, ou fazê-la e manter o emprego.
Messing concordou, mas ainda teve de suportar o ensaio, com Arau a examinar todo o seu corpo na cama antes de deixar cair um lençol em cima dela "como um lenço usado".
"No fim, após todo este trauma, a única parte do meu corpo que é vista nua no filme é as minhas costas. Foi tudo um exercício de poder, um jogo. E o objetivo era humilhar-me, retirar-me o meu poder e fazer sentir a um nível básico o seu domínio sobre mim", recordou.
"Disse aos meus agentes que nunca mais voltaria a trabalhar com aquele cretino", concluiu.
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