A caminho dos
Óscares 2018
A 32ª cerimónia dos Goya, os prémios que distinguem o cinema espanhol, relata o La Vanguardia, foi lenta e longa (190 minutos). Acrescenta que, como anfitriões, os comediantes Joaquin Reyes e Ernesto Sevilla não fizeram esquecer Dani Rovira (ator de "Namoro à Espanhola").
Apesar disso, a noite de sábado em Madrid teve um desfecho dramático: "La Librería" foi o grande e surpreendente triunfador.
Penélope Cruz e o realizador Carlos Saura anunciaram o prémio de Melhor Filme para a história de uma mulher que decide abrir o seu próprio negócio (a livraria a que alude o título) numa pequena cidade inglesa em 1959, uma decisão invulgar para a época.
O filme de Isabel Coixet tinha 12 nomeações e era um dos favoritos, mas até aos dois prémios finais, a noite corria de feição a "Handia", o mais nomeado: estava na corrida a 13 estatuetas e ganhou 10.
A co-produção entre Espanha e Inglaterra com Emily Mortimer, Bill Nighy e Patricia Clarkson impôs-se ainda nas categorias de Realização e Argumento Adaptado, ambas para Isabel Coixet.
A estreia do filme não está anunciada em Portugal, o mesmo sucedendo com "Handia", a história da rivalidade que nasce entre dois irmãos quando um deles começa a destacar-se pelo seu gigantismo, que ficou com os prémios de Ator Revelação (Eneko Sagardoy), Argumento Original, Direção Artística, Direção de Produção, Montagem, Fotografia, Guarda-Roupa, Banda Sonora, Caracterização e Efeitos Especiais.
A produção do País Basco, realizada por Aitor Arregi e Jon Garaño, fica com a "consolação" de ser a terceira mais distinguida na história destes prémios do cinema espanhol, ficando a quatro do campeão "Mar Adentro" (2004) e três de "Ai, Carmela!" (1990).
Além de Filme, Realização, a única estatueta que lhe escapou foi a de Melhor Som, atribuído ao filme de terror "Verónica", que estreou esta semana no nosso país.
Há um ano, "Sete Minutos Depois da Meia-Noite" também ganhou nove dos 12 prémios a que concorria, mas o Melhor Filme foi "Tarde para la ira", que recebeu ainda outras três estatuetas.
Javier Bardem e Penélope Cruz dominaram as atenções mediáticas, mas não ganharam nada com "Loving Pablo": nas categorias de interpretação, Javier Gutiérrez ("El autor") e Nathalie Poza ("No sé decir adiós") foram eleitos o Melhor Ator e Atriz, enquanto David Verdaguer ("Verano 1993") e Adelfa Calvo ("El autor") venceram nas categorias secundárias. "Verano 1993" valeu ainda um prémio de atriz revelação a Bruna Cusí.
Nenhum destes filmes também tem estreia anunciada em Portugal.
"O Quadro" e "Uma Mulher Fantástica" venceram Melhor Filme Europeu e Filme Latino-Americano.
Os comediantes Joaquin Reyes e Ernesto Sevilla foram os anfitriões de uma cerimónia reivindicativa que homenageou as mulheres que denunciaram os assédios sexuais em Hollywood no ano passado, bem como a desigualdade de género.
À atriz Pepa Charro coube fazer um discurso sobre o tema, alertando para o facto de que só 30 dos 135 nomeados para os Goya eram mulheres e destas, metade virem das categorias de interpretação.
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