Nem a avalanche de distinções recebidas por "Carol" (que incluiu cinco nomeações aos Óscares e o prémio de Melhor Atriz em Cannes partilhado pelas protagonistas Cate Blanchett e Rooney Mara) salvou o filme de ser muito editado para exibição a bordo das aeronaves da companhia aérea Delta Airlines: todo o conteúdo relativo à homossexualidade das duas personagens foi cortado, não só as cenas de sexo mas também as sequências com beijos.

Quem deu o primeiro alerta público foi a humorista Carmen Esposito, cujo humor muitas vezes se centra em temáticas LGBT, e que, mesmo assumindo como compreensível o corte de quaisquer cenas de sexo para exibição em viagens de avião não compreende o corte das cenas de beijos, ainda por cima num filme tão discreto e recatado como o que Todd Haynes realizou em 2015.

Esposito cita ainda como incompreensível o facto de o passageiro que viajava ao seu lado estar a ver, também durante o voo, um outro filme com Paul Giamatti numa cena de sexo sadomasoquista, questionando assim os padrões que regem a censura a bordo dos filmes da companhia, permitindo sexo heterossexual violento mas cortando um beijo lésbico.

Outros passageiros que viram o filme na mesma companhia não perceberam que era suposto as personagens terem uma relação física.

A Delta Airlines, em comunicado ao site After.Ellen.com, afirmou que a versão exibida foi a que lhes foi fornecida pelo estúdio e que a empresa não tem o poder de a editar: "O estúdio disponibiliza duas versões do filme - uma editada e a outra não editada. A versão editada remove duas cenas de sexo explícito que não são permitidas pelas regras da nossa companhia. A versão editada também remove todos os beijos. A outra versão é completamente integral e inclui os beijos mas também as cenas explícitas de sexo. Infelizmente, a Delta não têm direitos para editar o filme ou manter lá algum do conteúdo (como os beijos).  Devido às cenas explícitas de sexo da versão não editada, escolhemos a versão editada. Isto é consistente com o que sucede em todas as companhias aéreas".

Entretanto, a argumentista de "Carol", Phyllis Nagy, também insatisfeita com a situação, já garantiu que a American Airlines e a United Airlines estão a exibir a versão integral do filme.

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