Várias estrelas do cinema e da televisão, como o protagonista de "Breaking Bad", Bryan Cranston, juntaram-se, na terça-feira (25), na emblemática Times Square em Nova Iorque para apoiar os atores de Hollywood em greve.

"Não teremos os nossos empregos roubados por robôs", disse Cranston ao referir-se à inteligência artificial perante uma multidão de grevistas e simpatizantes reunidos nesta praça no coração do distrito de teatros da Broadway.

Com uma camisa do sindicato de atores SAG-AFTRA que mostra um punho em riste, o ator enviou uma mensagem ao diretor executivo da Disney, Bob Iger, foco dos protestos, depois de ter dito há algumas semanas que as exigências não eram realistas: "Não aceitaremos que nos prive do nosso direito de trabalhar e ganhar a nossa vida decentemente".

"E sobretudo, não deixaremos que nos retirem a dignidade", argumentou o ator que interpretou Walter White em "Breaking Bad", série que marcou a história da televisão.

O protesto também contou com a participação de F. Murray Abraham, Christine Baranski, Chloë Grace Moretz, Steve Buscemi e Brendan Fraser, o mais recente vencedor do Óscar de Melhor Ator.

Além deles, também estavam a lendária Ellen Burstyn e, ao seu lado, Jessica Chastain, que recentemente mostrou a sua indignação no Twitter, agora chamado X, pelo facto de que "87% dos membros do sindicato SAG-AFTRA ganham menos de 26 mil dólares (aproximadamente 23,5 mil euros na cotação atual) anuais" e não têm direito a um seguro médico.

Ellen Burstyn e Jessica Chastain

A 14 de julho, os atores uniram-se à greve dos argumentistas de Hollywood, após o fracasso das negociações com os estúdios por exigências que incluem um aumento salarial e garantias perante o uso de inteligência artificial (IA).

O sindicato teme que a IA generativa, que permite criar vozes e imagens realistas, faça com que os seus empregos desapareçam.

Os diretores do SAG-AFTRA, que representa cerca de 160 mil atores, acrobatas, dançarinos e equipa de bastidores, proíbem todos os membros de participar de filmagens e promover produções, interrompendo em grande parte as operações dessa indústria de muitos mil milhões de dólares.