Para a competição internacional foram selecionados o documentário
«Água Fria», de Pedro Neves, e a animação
«Fado do Homem Crescido», de Pedro Brito.

«Água Fria» é um documentário de 13 minutos de Pedro Neves, que assina também a montagem, sobre a romaria de São Bartolomeu do Mar, em Esposende, e já tinha sido selecionado no ano passado para o festival Doclisboa.

Já «Fado do Homem Crescido», de Pedro Brito, é uma ficção em animação com cerca de sete minutos, produzida pela Animanostra a partir de um argumento de João Paulo Cotrim, com música de João Lucas e narração do músico António Zambujo.

De Portugal foram inscritos 112 filmes para a competição internacional do festival, tendo sido selecionadas aquelas duas produções. O festival decorrerá até 04 de fevereiro naquela localidade francesa e incluirá, à margem, um mercado de compra e venda de direitos de curtas-metragens no qual estará presente a Agência da Curta-Metragem, de Vila do Conde.

Festivais são «excelente mercado» para lançar a produção nacional

Os festivais de cinema são «um excelente mercado» para a comercialização de filmes portugueses para todo o mundo, disse hoje à agência lusa um dos diretores da Agência da Curta-Metragem, em Vila do Conde.

Nuno Rodrigues falava a propósito da participação da agência no Festival Internacional de Clermont-Ferrand, e explicou que, pela décima vez consecutiva, a agência vai estar presente no certame com um stand, sendo que há «muitos direitos de filmes que ali são comercializados, por exemplo, para televisões de outros países, começando um percurso importante a nível internacional».

A estrutura portuguesa deverá ainda integrar a futura Rede Europeia de Distribuidores de Curta-Metragem e Video Art que será apresentada em Clermont-Ferrand com vista à distribuição de curtas-metragens.

Apesar do formato «não estar associado à passadeira vermelha», Nuno Rodrigues defendeu que a curta-metragem conseguiu «valorizar-se e já é vista como um tipo de cinema único, com uma identidade muito particular e com uma grande força de sobrevivência».

A prová-lo está o facto de, nos últimos anos, a «curta» ter conseguido «ganhar terreno», conquistando «muitos prémios em festivais de todo o mundo», em áreas como o documentário, a animação e a ficção.

Nuno Rodrigues realçou ainda que o mercado da curta-metragem de Clermont-Ferrand é «um espaço privilegiado para o desenvolvimento de qualquer estratégia de promoção e divulgação da cinematografia nacional», o que se deve, sobretudo, «à mediatização do evento e ao variado leque de profissionais» que, todos os anos, marcam presença.

O principal objetivo da Agência da Curta-Metragem, criada em 1999 no Festival de Curtas de Vila do Conde, é a colocação de filmes portugueses em festivais de cinema e em programações especiais de salas um pouco por todo o mundo, como mostras, panoramas e retrospetivas.

Em 2011, e segundo dados fornecidos pela Agência, esta estrutura conseguiu mais de 1.600 inclusões em programação de festivais e mostras, correspondendo a cerca de 192 mil espetadores, um aumento de mais de 80 por cento face a 2010.

No ano passado, os filmes portugueses foram presença contínua em competições importantes, destacando-se exibições em festivais como Clermont-Ferrand, Locarno, Roterdão, Oberhausen, Cannes, Annecy, Gijón, Rio de Janeiro e Buenos Aires. No total, foram mais de 50 os países que receberam filmes portugueses.

@Lusa