Um dos mais importantes críticos de cinema nos EUA defendeu
num artigo no New York Post, que «E Tudo o Vento Levou» é racista e devia ser banido das salas de cinema.

«Se a bandeira da Confederação vai finalmente ser remetida para os museus como um símbolo feio do racismo, que tal o venerado filme que oferece o vislumbre mais icónico dessa bandeira na cultura Americana?», recordou Lou Lumenick,
numa alusão às recentes movimentações após o ataque a uma igreja em Charleston, na Carolina do Sul que vitimou nove pessoas.

Dylann Storm Roof, o único suspeito, exibe a bandeira em várias fotografias.

«Concedo, «E Tudo o Vento Levou» não é tão descarada e virulentamente racista quanto «O Nascimento de uma Nação» [1915] de D.W. Griffith, que foi considerado um dos maiores filmes americanos tão tarde quanto o início dos anos 60, mas que agora raramente é exibido, mesmo em museus.», acrescentou o crítico.

«O racismo mais subtil de «E Tudo o Vento Levou» é, em algumas formas, mais insidioso, indo a extremos para consagrar o mito de que a guerra civil não foi travada por causa da escravidão - uma instituição que o filme romantiza descaradamente.»

O filme de 1939, adaptado de um «best-seller» de Margaret Mitchell, ganhou 10 Óscares e é considerado um clássico. Permanece o título mais rentável de todos os tempos nos EUA e a nível internacional quando os valores dos bilhetes são ajustados à inflação.

Lou Lumenick reconhece os méritos artísticos: «a sua dimensão, a sua deslumbrante fotografia em Technicolor e as interpretações inesquecíveis de Vivien Leigh, Clark Gable e de Hattie McDaniel, o centro emocional do filme e a primeira atriz negra a ganhar um Óscar como a subversiva Mammy».

No entanto, conclui: «Mas o que diz sobre nós enquanto cultura se continuamos a acolher um filme que, em última análise, representa tantas das mesmas coisas como a bandeira confederada que flutua tão dramaticamente sobre os soldados mortos e feridos na estação de comboios de Atlanta antes do intervalo de «E Tudo o Vento Levou»?»

Note-se que, na secção de comentários ao artigo, o ponto de vista do crítico não está a receber muito apoio dos leitores.

Vários referem que a solução não é banir a História, mas aprender para não a repetir, enquanto outros apresentam outros trabalhos artísticos que devem ser banidos, incluindo livros como «O Mercador de Veneza» de William Shakespeare e «As Aventuras de Tom Sawyer» de Mark Twain, e todos os «westerns» que apresentam os índios como vilões.

O que aconteceu aos atores de «E Tudo o Vento Levou»?