O mundo do cinema francês despediu-se esta quinta-feira de manhã do ator Gaspard Ulliel, que faleceu aos 37 anos num acidente de esqui em La Rosière (Savoie) a 19 de janeiro.
Entre familiares, amigos e personalidades do mundo do cinema, música e política, mil pessoas juntaram-se no interior da igreja de Saint-Eustache de Paris e cerca de 200 à entrada, onde estava exposta uma fotografia a preto e branco do ator e depositadas ramos de flores com a inscrição "Para o nosso querido Gaspouille".
A homenagem juntou atores e realizadores como Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Audrey Tautou, Nathalie Baye, Vincent Cassel, Mathieu Amalric, Vincent Lindon, Jérémie Renier, Louis Garrel, Léa Seydoux, Mélanie Thierry, Pierre Niney, Niels Schneider, Raphaël Personnaz, Lolita Chammah, Alex Lutz, Anna Mouglalis, Damien Bonnard, Aure Atika, Amira Casar, Manu Payet, Alysson Paradis, Anaïs Demoustier, Laurent Boutonnat, Alice Taglioni, Alice Belaïdi, Hugo Gélin, Swann Arlaud, Ramzy Bedia e Eric Lartigau, além de Thierry Frémaux, delegado geral do Festival de Cannes, onde Gaspard Ulliel era presença habitual para apresentar vários dos seus filmes.
Vencedor de dois César – o equivalente do seu país ao Óscar – e com filmes como “Um Longo Domingo de Noivado”, “Hannibal – A Origem o Mal”, "Saint Laurent" e “Tão Só o Fim do Mundo”, Gaspard Ulliel era um dos talentos mais reconhecidos da nova geração do cinema francês.
À Paris Match, Isabelle Huppert falou sobre o ator com quem contracenou em "Un barrage contre le Pacifique", de Rithy Panh (2008), e “Eva”, de Benoît Jacquot (2018), que descreveu como "duas magníficas aventuras de cinema".
Muito presentes estavam principalmente as memórias da preparação para a rodagem do primeiro filme no Camboja, quando o ator, que interpretava o seu filho, tinha 23 anos: "O Gaspard tinha uma compreensão das personagens, das situações, do trabalho que tinha para fazer. Existia uma grande harmonia quando viajávamos juntos".
"Ele era ao mesmo tempo leve e sério, como a sua voz, muito bonita. Ele era simples, gentil, cheio de doçura e encanto. Ele parecia feliz com as coisas [da sua vida] como estavam e isso dava-lhe uma aparente serenidade. Da sua beleza singular também emanava uma certa força. Como se fosse um mistério. Foi isso que senti", recordou à revista.
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