A 40.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto Fantasporto regressa ao Teatro Rivoli, de 25 de fevereiro a 08 de março, marcada pela festividade e pela homenagem ao “amigo” Julian Richards, realizador galês.
“Vamos fazer cerca de 77 sessões, começando com três clássicos: o 'Blade Runner - Perigo Iminente', [de Ridley Scott] que se estreou connosco, em 1982, o 'Drácula de Bram Stocker', [de Francis Ford Coppola] do qual fizemos uma sessão surpresa, em 1993, e também o 'Touro Enraivecido', um dos melhores filmes do [Martin] Scorsese, [obra] que faz 40 anos”, afirmou a diretora do festival, Beatriz Pacheco Pereira, na conferência de imprensa de apresentação.
Esses três filmes vão ser exibidos nos primeiros três dias do Fantasporto, respetivamente, enquanto a sessão oficial de abertura fica a cargo da película em antestreia mundial “Adverse,” do realizador ‘repetente’ – que também vai estar presente no festival –, Brian Metcalf, e que conta com Mickey Rourke no elenco.
A escolha do homenageado com o Prémio Carreira deste ano recai sobre o realizador galês Julian Richards, que a organização destacou como “um dos maiores distribuidores de cinema fantástico do mundo”, e uma “pessoa de grande empenho na divulgação” desse género, com a exibição de vários filmes da sua autoria e da sua companhia Jinga Films.
Sobre o cinema nacional, o festival apresenta este ano duas competições: o prémio cinema português – melhor filme e o prémio cinema português – melhor escola, em que os filmes para a primeira foram uma seleção da organização e os da segunda foram escolha das próprias instituições.
“Este ano, todos os filmes portugueses são inéditos e ainda pedimos às escolas para apresentarem um candidato para o prémio de melhor filme. Há uma certa fusão dos dois prémios. Há 38 filmes a concorrerem ao melhor filme português – duas longas-metragens e o restante são ‘curtas’ de vários tamanhos de várias escolas e universidades”, explicou à Lusa a fundadora.
“Por Detrás da Moeda”, de Luís Moya, é um documentário que acompanha os músicos de rua da cidade portuense, e “Os Conselhos da Noite”, de José Oliveira, é um drama que acompanha um ex-jornalista que regressa à terra natal de Braga, depois de descobrir que tem cancro, com o músico Adolfo Luxúria Canibal no elenco.
Além destas duas longas-metragens portuguesas, o Fantasporto vai apresentar também um documentário de cerca de duas horas sobre os 40 anos do festival, realizado por Isabel Pina, que se estreia no dia 06 de março e que se mantém em exibição no dia seguinte, acompanhado por um livro que vai ser divulgado no dia 05.
Pelo terceiro ano consecutivo, o festival continua a mostra dedicada ao cinema de Taiwan, desta feita intitulada “The Wheel of Fortune”, numa viagem entre longas e curtas-metragens, a filmes clássicos e recentes, que conta com sessões diárias a partir de dia 29 de fevereiro.
A organização destacou ainda alguns filmes como “Cry of the Sky”, do Curdistão, realizado pelo iraquiano Shahram Qadir, “Una Chica Invisible”, do argentino Francisco Bendomir, “Koko-Di Koko-Da”, produção sueca e dinamarquesa, de Johannes Nyholm, “Detention”, do taiwanês John Hsu, ou “Willow”, da República da Macedónia, Hungria e Bélgica, de Milcho Machevski.
Esta edição do Fantasporto "é de celebração" e vai contar com a presença de vários realizadores, produtores e atores dos filmes que vão estar em exibição e competição, e os fundadores fazem um apelo ao público e à comunicação social portuguesa:
“Em Portugal tratamos os nossos produtos da pior maneira possível, não ligamos às coisas, não damos força, nem divulgamos os projetos de uma forma significativa. Se formos a Espanha ou a França, eles promovem os atores, realizadores e espetáculos, cá não. É preciso mudar”, atirou Mário Dorminsky.
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