De acordo com Nina Veligradi, «Alps é o nome de uma empresa cujos empregados ocupam o lugar de pessoas falecidas recentemente, de forma a ajudar os seus parentes a fazer o luto. Na lógica primária do filme, a transformação das personagens em pessoas mortas é absurda. O absurdo e a irracionalidade que estão contidas na condição humana são a principal preocupação do autor,
Yorgos Lanthimos (realizador de
«Canino»), e ele expressa-a de forma brilhante.

Trazendo à ideia o teatro do absurdo, as personagens vão ensaiando os seus papéis, construindo assim uma metáfora baseada no humor e na surpresa. Elas discutem utilizando falsas lógicas para se convencerem a si próprias e aos outros como se pouco a pouco se transformassem em rinocerontes. Contudo, há um membro da empresa que está decidido a manter a sua individualidade e humanidade. A atleta de ginástica rítmica Berenger recusa a transformação, só porque quer dançar pop - que aqui pode significar também a existência da vida».

«Alpis» é exibido hoje, 3 de maio, às 19h00, na Culturgest, e repete a 5 de maio, às 21h45, também na Culturgest.