A era dos filmes de duas horas pode estar a chegar ao fim.

A teoria foi avançada pelo realizador Joe Russo, que esteve com o irmão e sócio Anthony Russo numa conferência em Nova Iorque.

Os dois fizeram "Capitão América: Soldado de Inverno" (2014), "Capitão América: Guerra Civil" (2016) e "Vingadores: Guerra do Infinito" (2018), respetivamente com 136, 147 e 149 minutos de duração.

O primeiro filme da dupla, chamado "Pieces" (1997), só tinha 72 minutos, mas a seguir foi sempre a subir: "Gangsters Falhados" (2002) tinha 86 minutos e "Eu, Tu e o Emplastro (2006) chegou aos 110 antes de fazerem o primeiro filme para a Marvel.

Para Joe Russo, "o filme de duas horas teve uma excelente carreira durante mais de 100 anos", mas explica que "se tornou muito difícil para trabalhar".

"Não tenho a certeza se a geração que está a chegar irá ver o filme de duas horas como a forma dominante de contar histórias", acrescentou citado pelo Deadline.

O problema com o formato, avançou, é que se tornou previsível, dando como exemplo que normalmente até os mais jovens conseguem adivinhar o desfecho nos primeiros cinco minutos.

Os tempos em Hollywood são de transformação, garantiu, e de experimentação com novos formatos para contar histórias.

Apesar da teoria de Joe Russo, as estatísticas não apoiam a ideia de que as duas horas têm sido o principal modelo da indústria cinematográfica.

Foi a partir do final dos anos 1990 que a duração dos filmes começou a aumentar; até essa altura, os filmes de ação andavam à volta dos 90-100 minutos.

Nos anos mais recentes, os filmes da Marvel têm sido responsáveis por alguns dos filmes de maior duração dentro do género e segundo disseram os irmãos Russo há algumas semanas, a versão mais recente de "Vingadores 4" anda à volta das três horas.

A intenção, acrescentaram, é descer mais antes de chegar aos cinemas em abril de 2019.