O HaHaArt 2023 foi apresentado na quinta-feira em Pombal e o diretor Carlos Calika explicou à agência Lusa que o segundo ano do evento serve como “confirmação da existência do festival, que já começa a ser conhecido”.

“No primeiro ano não sabíamos como iria correr. Felizmente correu muito bem. Acho que a aposta na comédia foi ganha porque é um festival diferente de todos os outros em Portugal e é reconhecido por isso”, sublinhou o responsável pela organização, a cargo do Cineclube de Pombal.

Com 400 filmes candidatos no primeiro ano e cerca de 1.500 espectadores que esgotaram algumas das sessões, o HaHaArt dá um passo em frente nesta segunda edição, começando a cobrar taxa de inscrição aos filmes candidatos.

Desta forma, a organização recebeu “menos filmes, mas com maior qualidade”, ressalvou. No total são 240 candidatos de 30 países, que vão agora ser analisados para definir quais entram na seleção de meia centena a exibir em outubro.

As comédias chegam um pouco de toda a Europa, mas também de destinos como Austrália, Malásia, Irão ou Estados Unidos da América.

A maior quantidade de candidaturas é mesmo de realizadores portugueses, o que revela uma evolução relativamente a 2022, quando se apresentaram apenas dez comédias nacionais: “Isso ainda nos dá mais força: quer dizer que o próprio festival está a estimular a criatividade”, salientou o diretor.

“Alguns realizadores disseram-nos que criaram especificamente para o festival e que já têm curtas a serem preparadas para o festival do próximo ano. É muito bom, sabe bem ouvir isso”, afirmou.

O único festival de cinema de comédia do país veio ocupar um vazio que, para o diretor do HaHaArt, é difícil de entender: “A comédia em Portugal tem força e faz dinheiro”, frisou Carlos Calika, lembrando os sucesso de bilheteira de “Curral de Moinas: os banqueiros do povo”, no ano passado, ou de “Pôr do Sol - O mistério do colar de São Cajó”.

Por isso, o HaHaArt “veio para ficar” e quer, no futuro, assumir-se “como uma referência”, tanto a nível nacional como internacional.

Em sala, o festival revela “um ambiente diferente”, pela “partilha da gargalhada, do sorriso do rir, do próprio ridículo”.

“Acho que o espírito do festival ganha muito com isso, porque é um festival alegre, para todas as idades, sem cargas pesadas e sem que se saia a refletir do cinema. Acima de tudo há vontade das pessoas se irem divertir e ver bom cinema”, descreveu.

A escolha dos vencedores deste ano está a cargo de um júri que integra Manuel Pureza, realizador de “Pôr do Sol”, de Luís Campos, realizador e diretor do festival Guiões, do diretor de fotografia Miguel Faustino, do realizador Paolo Marinou-Blanco, um dos vencedores da primeira edição do HaHaArt, e outro elemento a anunciar.