Aos 19 anos, Harry Styles tem tudo para ser um miúdo arrogante e insuportável: a banda de maior sucesso do planeta, um clube de fãs fanaticamente entusiastas e filme-concerto em 3D a estrear no Verão que promete ser o mais interessante de todos os que já se fizeram até agora. E no entanto, o membro mais popular dos One Direction é completamente o oposto: na conversa com o SAPO Cinema, imediatamente antes do concerto na Meo Arena, o músico surgiu descalço, cumprimentou toda a gente na sala, perguntou ao entrevistador se queria uma pastilha elástica, e mostrou-se acessível, simples e ainda um pouco espantado com toda a loucura em seu redor. E, sem nunca deixar de sublinhar tudo o que deve aos fãs, deixou claro que a banda britânico veio para ficar.
A 29 de agosto, vai estrear um documentário em 3D sobre os One Direction, que promete ser diferente de tudo o que já vimos no género, por ser realizado por Morgan Spurlock [nomeado ao Óscar por «Super Size Me: 30 Dias de Fast-Food»].
Sim, ele é um tipo bestial. É ótimo ter o Morgan no filme e vê-se pelas coisas que ele fez no passado como ele se envolve a fundo em tudo o que realiza. E no filme, acho que isso foi ótimo. A equipa em nosso redor é enorme e tem sido excepcional, o Ben Winston [produtor do filme] por exemplo tem feito um ótimo trabalho no filme, ele é incrível e todos juntos são fabulosos. Estamos ansiosos por ver o filme final, vai ser ótimo.
O filme tem como subtítulo «This is Us». É um retrato fiel dos One Direction?
Sim, acho que aquilo somos mesmo nós. Parece muito cliché dizê-lo mas aquilo é mesmo um retrato daquilo que somos neste momento. Há muita tourné, há muitos bastidores, é aquilo que somos e que fazemos. Ele seguiu-nos enquanto fazíamos a tourné, divertimo-nos a fazer o filme e espero que seja divertido para quem o veja.
O trailer do filme indica que se abordará o lado mais difícil desta nova vida, que é a separação da família.
Sim, essa é a parte difícil da coisa, mas quando se põe tudo em perspetiva, nós temos aqui uma oportunidade tão espetacular que é difícil queixarmo-nos do que quer que seja. Estamos for a fazer algo que adoramos e quando voltamos a casa passamos um tempo espetacular com as nossas famílias. E valorizamos muito esse tempo. Nesse sentido, acho aque está tudo bem.
É a primeira vez que está em Portugal?
Não, não, já tinha vindo algumas vezes em férias. Quando era mais novo, era aqui que a minha família costumava habitualmente vir de férias. Íamos para o Algarve, para Vale de Lobo, e também fui com os meus amigos para a Quinta do Lago, onde jogávamos golfe. Era óptimo. Ficávamos num local chamado Dunas Douradas. E era excelente. Adoro Portugal.
Há alguns meses, o Justin Bieber atuou na Meo Arena e não esgotou a lotação. Daqui a alguns dias, a Rihanna também atuará aqui e parece que não vendeu ainda os bilhetes todos. Os One Direction esgotaram em quatro horas. Como se explica isso?
Uau, isso é incrível, mas deve-se tudo aos fãs. Eles têm sido inacreditáveis. Eles espalharam a palavra sobre nós e não estaríamos aqui se não fossem eles. Isso só mostra o quão incríveis eles são. Nós temos muita, muita sorte, não podíamos pedir fãs melhores.
Consegue identificar aquilo que vocês estão a fazer de diferente para justificar este fenómeno?
Não sei, acho que somos apenas tipos normais. Às vezes somos felizes, outras vezes somos tristes, mas somos fundamentalmente tipos normais e acho que é isso que as pessoas gostam de ver. Hoje em dia, no mundo em que vivemos, há muitas pessoas que nos são vendidas como grandes estrelas e acho que já não é isso que as pessoas querem ver. Penso que o publico quer ver uma pessoa normal a fazer algo extraordinário e acho que é essa a nossa história. Nós devemos tanto aos fãs, eles mudaram completamente as nossas vidas e nunca poderemos agradecer o suficiente.
Vocês foram catapultados para a fama com o programa «X-Factor», em que entraram a solo e saíram de lá enquanto grupo. Nesse sentido, as hipóteses de vocês continuarem a funcionar enquanto banda não deveriam ser as maiores...
Pois não, tudo deveria ter dado para o torto mas não deu. Mas foi tudo parte da aventura, tudo era novo, tudo era um desafio. Era excitante, nós nem nos conhecíamos e íamos fazer parte de uma banda juntos. Foi uma loucura. E pareceu resultar bem. E tem sido excepcional. Nós divertimo-nos muito, trabalhamos mesmo muito, e as coisas parecem correr-nos bem. Espero que continue.
Li que é um fã dos Beatles…
Um enorme fã, sim.
Na altura, quando eles tiveram sucesso nos EUA,, falou-se muito de uma «british invasion» e hoje em dia muita gente vos compara diretamente ao fenómeno que eles foram usando os mesmos termos...
Sim, mas é ridículo. Eles são verdadeiramente únicos. Ninguém alguma vez ultrapassará os Beatles, nem sequer chegará perto de ser como eles foram. Eles são incríveis e a força da música deles não pára de crescer. Enquanto fã deles, é uma loucura ouvir a comparação mas conhecendo-os não posso levar a coisa muito a sério.
Tem ideia da média de idades dos fãs dos One Direction?
Eu diria que deverá ser dos seis anos até talvez 25, 26 anos. Eu diria que isso é o mais típico. Mas depois há pessoas nos trinta, quarenta, há de tudo um pouco. Mas as pessoas que mais vão aos espetáculos estão entre os seis e os 25.
Faz portanto sentido que se identifiquem convosco, e com o «Live while were Young»...
Sim, há muita gente da nossa idade, que se identifica connosco, que estão a passar pelas mesmas coisas que nós e os nosso amigos. E essa música de facto parece ter tocado um ponto sensível, é a que eles mais cantam.
Mas eles passaram de uma fase de concertos cheios de gente aos gritos para uma outra de álbuns mais elaborados e conceptuais, que fizeram história. Consegue ver a evolução dos One Direction nesse sentido?
Sim, sim, isso seria maravilhoso. Não há muita gente como eles cuja musica continue a tocar e a tocar, como se o tempo não passasse por ela. Seria ótimo conseguir algo assim, seria ridículo.
E que outras referências musicais tem?
Adoro os Kings of Leon e os Coldplay. Sou um fã enorme dos Coldplay, acho que vi a última tourné deles quatro vezes.
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