James Cameron e Bill Paxton conheceram-se quando o primeiro ainda não era realizador nem o segundo ator: a fazer cenários para os filmes de baixo orçamento do realizador e produtor Roger Corman.
O que aconteceu a seguir foi uma rápida amizade, recordou James Cameron num e-mail enviado à Vanity Fair após a notícia da inesperada morte de Bill Paxton no sábado, por complicações após uma cirúrgia, aos 61 anos.
Para o cinema, ficou ainda uma importante relação artística, com Cameron a dar ao seu amigo papéis secundários que este soube tornar icónicos em "Aliens, o Recontro Final" (1986), "A Verdade da Mentira (1994) e "Titanic" (1997).
O documentário "Fantasmas do Abismo" (2003), onde os dois regressaram com especialistas ao local onde se afundou o Titanic, revelou ainda mais ao grande público a sua relação de cumplicidade.
"Ando de volta disto nos últimos 30 minutos, tentando concentrar-me à volta disto. Bill deixa um vazio tão grande. Eu e eu fomos grandes amigos durante 36 anos, desde que nos conhecemos na produção de um filme de orçamento muito baixo de Roger Corman. Ele veio trabalhar e eu coloquei um pincel na sua mão e apontei-lhe para uma parede a dizer 'Pinta aquilo!' Rapidamente reconhecemos a faísca criativa um no outro e torná-mo-nos amigos. O que se seguiu foram 36 anos a fazer filmes juntos, a ajudar a desenvolver os projetos um do outro, ir em viagens de mergulho juntos, ver crescer os filhos um do outro, até mergulhar aos restos do Titanic juntos em submarinos russos", recorda James Cameron.
"Foi uma amizade de riso, aventura, amor pelo cinema e respeito mútuo. O Bill escrevia lindas cartas sinceras e profundas, um anacronismo nesta era de abreviatura digital. Ele cuidada das suas relações com as pessoas, sempre a cuidar e presente para os outros. Era um bom homem, um grande ator e um dínamo criativo. Espero que no meio do ruído espalhafatoso da noite dos Óscares, as pessoas parem um momento para recordar este homem maravilhoso, não apenas por todas as horas de alegria que ele nos deu com a sua intensa presença no ecrã, mas pelo belíssimo ser humano que era. O mundo é um lugar mais vazio com o seu desaparecimento e irei sentir profundamente a sua falta", concluiu a mensagem.
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