Juan Carlos Tabío, correalizador do icónico filme "Morango e Chocolate", sobre o drama vivido pelos homossexuais na Revolução Cubana, morreu esta segunda-feira (18) em Havana, aos 77 anos, anunciou o Instituto de Cinema de Cuba.

“Na madrugada de segunda-feira, 18 de janeiro, morreu em Havana o cineasta Juan Carlos Tabío (1943), figura importante da cinematografia nacional e autor de obras reconhecidas pelo público e pela crítica”, disse o portal Cubacine, do jornal Instituto (Icaico), sem especificar as causas da morte.

O "site" destacou que Tabío, vencedor do Prémio Nacional de Cinema 2014 e cuja obra "faz parte da história transcendente do cinema cubano", "partilhou a realização de 'Morango e Chocolate' (1993) e 'Guantanamera' (1995) com Tomás Gutiérrez Alea (conhecido por Titón)", falecido em 1996 e considerado o mais importante de todos os cineastas da ilha.

Vencedor de vários prémios internacionais, "Morango e Chocolate" revelou ao mundo o drama vivido pelos homossexuais nos primeiros anos da Revolução Cubana, com perseguições e internamentos em campos de trabalhos forçados.

Contava a história da complexa relação entre um jovem estudante heterossexual ferozmente comunista e um intelectual homossexual ferozmente individualista num país cheio de preconceitos no final dos anos 1970.

Foi o primeiro e único título de Cuba nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e Mirtha Ibarra, a protagonista feminina, destacou que foi "a origem de todas as mudanças de tolerância e respeito pela liberdade individual que surgiram na sociedade cubana".

A morte de Tabío, autor de "Se permuta" (1985) e "Plaff" (1998), entre outros filmes, segue-se à do também famoso cineasta cubano Enrique Pineda Barnet, diretor do emblemático "La bella del Alhambra" (1989), que faleceu em 12 de janeiro.