Uma nova versão de "O Corvo" caiu com estrondo nas bilheteiras, para contentamento de Alex Proyas, o realizador do filme original de 1994 com Brandon Lee.

O filme realizado por Rupert Sanders ("A Branca de Neve e o Caçador", "Ghost in the Shell – Agente do Futuro") e o protagonismo de Bill Skarsgård (saga "It", "John Wick: Capítulo 4") ficou pelos 4,6 milhões de dólares na América do Norte no fim de semana de estreia, o suficiente para um modesto oitavo lugar nas bilheteiras. O desastre é tão grande que o estúdio Lionsgate, que só pagou dez milhões pelos direitos de distribuição, pode não recuperar o investimento.

O balanço foi ainda pior no mercado internacional, com 3,8 milhões, confirmando um arranque dificilmente recuperável para a produção que custou 50 milhões de dólares, sem incluir o marketing.

Por comparação, a estreia do filme de Proyas chegou aos 11,8 milhões nas bilheteiras da América do Norte, um valor der 1994 não atualizado pelo inflação.

“Achei que o remake era uma forma cínica de ganhar dinheiro. Parece que não há muito dinheiro para ganhar”, escreveu o realizador nas redes sociais.

Nos últimos dias, Proyas tem partilhado as críticas negativas recebidas pela nova versão inspirada pela banda desenhada de James O'Barr, nomeadamente uma que lhe chamou o "pior filme do ano".

"A crítica que todos esperávamos. Agora é um pouco como bater num cavalo morto, portanto acho que vou parar depois disto... até que apareça outra engraçada!", escreveu.

Alex Proyas com Brandon Lee

"O Corvo" original tornou-se um filme de culto, contribuindo a morte de Brandon Lee aos 28 anos durante a rodagem por causa de um acidente com uma arma mal preparada.

O filme foi concluído recorrendo a um duplo e aos truques de efeitos especiais disponíveis na época, sendo dedicado ao filho de Bruce Lee e à sua noiva, Eliza Hutton, com Alex Proxas a defender sempre a partir daí que uma nova versão da história nunca deveria ser feita por uma questão de respeito.

Em março, após ver o trailer da nova versão, o realizador reforçara a sua posição.

"Não fico realmente feliz por ver negatividade sobre o trabalho de qualquer colega cineasta. E tenho certeza de que o elenco e a equipa técnica realmente tinham boas intenções, como todos nós em qualquer filme. Portanto, é-me doloroso dizer mais sobre este tema, mas acho que a resposta dos fãs diz muito”, escreveu numa mensagem no Facebook que acabou por apagar.

“'O Corvo' não é apenas um filme. Brandon Lee morreu a fazê-lo e foi finalizado como um testemunho do seu brilhantismo perdido e perda trágica. É o seu legado. É assim que deveria permanecer”, completou.

O sucesso comercial e artístico da versão original originou três sequelas que não ficaram para a história com Vincent Pérez, Eric Mabius e Edward Furlong, além de uma curta série de TV com Mark Dacascos.

VEJA O TRAILER DE "O CORVO" DE 2024.