O drama francês "L'Événement" recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza, atribuído por unanimidade pelo júri presidido pelo realizador Bong Joon-ho. O filme, co-escrito e realizado por Audrey Diwan, passa-se em 1963 e centra-se numa jovem estudante que engravida e vê todo o seu universo desagregar-se, voltando a pôr em cena a questão do aborto e do controlo das mulheres sobre o seu próprio corpo.

O Leão de Prata foi para o italiano "The Hand of God", de Paolo Sorrentino, que também valeu a Filippo Scotti o troféu de Melhor Jovem Ator. O filme, que será distribuído pela Netflix, gira em redor da vida de um rapaz na tumultuosa Nápoles dos anos 80 e é o trabalho mais autobiográfico do realizador de "A Grande Beleza".

Jane Campion ganhou o prémio de Melhor Realização por "The Power of the Dog", também produzido pela Netflix, adaptação do romance de Thomas Savage que valeu os mais rasgados elogios ao protagonista Benedict Cumberbatch.

Penélope Cruz arrebatou o galardão de Melhor Atriz pelo mais recente filme de Pedro Almodóvar, "Mães Paralelas", batendo assim a favorita Kristen Stewart por "Spencer", que saiu da cerimónia sem qualquer troféu. A atriz espanhola dedicou o prémio à família, com menção especial a uma das suas "mães paralelas", a sogra Pilar Bardem, também pelo papel importante que teve no cinema espanhol, e que pouco antes de morrer terá previsto que ela receberia este galardão.

O troféu de Melhor Ator foi para John Arcillas pelo papel de jornalista corrupto no thriller filipino "On the Job: The Missing 8", assinado por Erik Matti.

O Prémio Especial do Júri foi para o italiano "Il Buco", de Michelangelo Frammartino, sobre a descoberta, em agosto de 1961, do chamado Abisso del Bifurto, de 700 metros de profundidade, nas caves de Polino.

O troféu de Melhor Argumento foi para Maggie Gyllenhaal por "The Last Daughter", adaptação do romance de Elena Ferrante, que marca também a estreia da conhecida atriz na realização, noutro filme produzido pela Netflix.

O prémio Luigi Di Laurentiis para uma primeira obra (o designado Leão do Futuro) foi atribuído a "Imaculat", de Monica Stan e George Chiper Lillemark. O galardão foi arrebatado o ano passado por "Listen", que também venceu então o Prémio Especial do Júri da secção Orizzonti, dedicada às novas tendências no cinema.

Este ano, nesta secção, esse mesmo troféu foi para o drama boliviano "El Gran Movimiento", de Kiro Russo, enquanto o francês Eric Gravel granhou o prémio de Melhor Realizador por "À Plein Temps" (que também valeu o prémio de Melhor Atriz a Laure Calamy) e o galardão de Melhor Filme foi para o lituano "Pilgrims", de Laurynas Bareisa.

O Leão de Ouro de Carreira foi atribuído a Jamie Lee Curtis e Roberto Benigni.

Na Giornate degli Autori, que decorre em paralelo e em associação com o Festival de Veneza, o Prémio do Público, revelado ao final da manhã, foi atribuído a "Deserto Particular", um filme brasileiro com co-produção portuguesa da Fado Filmes, realizado pelo baiano Ali Muritiba. O filme conta a história de Daniel, um polícia exemplar que comete um erro que coloca toda a sua vida em risco e que parte em busca da mulher com quem se relaciona virtualmente.

Nos últimos anos, o Festival de Veneza tem sido visto também como um barómetro muito importante da corrida aos Óscares, com os últimos quatro vencedores do Leão de Ouro a terem um percurso fulgurante nos prémios de Hollywood: "Nomadland", "Joker", "Roma" e "A Forma da Água", tendo o primeiro e o último títulos vencido a estatueta dourada de Melhor Filme.

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