Kareem Abeed vai ter a possibilidade de estar nos Óscares, que se realiza já no domingo, 4 de março.

O produtor sírio de "Last Men in Aleppo", nomeado para o Óscar de Melhor Documentário (à direita na foto), tinha visto o seu pedido de visto de entrada nos EUA rejeitado pelo Departamento de Estado (o equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros).

A causa era a lei aprovada pelo presidente Donald Trump no âmbito da estratégia da defesa contra o terrorismo, que atrasa a entrada de cidadãos de vários países, incluindo a Síria.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas emitiu um comunicado a apoiar Abeed, que apelou da decisão, aceite agora pelo Departamento de Estado, revelou o realizador do documentário Feras Fayyad (à esquerda na foto), que agradeceu a todos os que estiveram envolvidos no processo.

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Pior é o caso do fundador dos Capacetes Brancos Mahmoud Al-Hattar, retratado no documentário da Netflix, que é o primeiro filme de sempre da Síria na corrida aos Óscares: as autoridades do seu país marcaram para 2 de março a entrevista que faz parte do processo para obter o passaporte.

Em declarações ao THR, Mahmoud Al-Hattar disse estar desiludido por não ter a oportunidade de usar a visibilidade dos Óscares para condenar a "Rússia, Assad e todos os que representam as autoridades e fornecem armas para reprimir o povo sírio".

"Last Men in Aleppo" acompanha Khaled, Mahmoud e Subhi, voluntários nos capacetes brancos para tentar salvar as vidas de centenas de vítimas de uma cidade cercada durante a guerra civil na Síria.

O movimento diz ter salvo mais de 99 mil vítimas ao longo de sete anos de guerra civil e esteve na lista de finalistas a Prémio Nobel da Paz de 2016, mas para o presidente Bashar al-Assad  e os seus apoiantes é uma fachada da Al-Qaeda.