Agora é oficial: Peter Weir não vai fazer mais filmes.
Atualmente com 79 anos, o último trabalho do lendário cineasta foi "Rumo à Liberdade", de 2010.
Recentemente, deu uma resposta sem lugar a segundas interpretações quando lhe perguntaram sobre a paragem de 14 anos.
"Estou retirado. Por que é que parei de fazer cinema. Porque, simplesmente, não tenho mais energia", explicou durante uma recente participação do Festiva da Cinemateca de Paris, citado pela Télérama (acesso pago, via IndieWire).
Figura incontornável do movimento cinematográfico australiano “new wave” na década de 1970, nomeado seis vezes para os Óscares sem nunca ganhar, como realizador e argumentista e produtor (recebeu uma estatueta honorária em novembro de 2022), a lista de filmes icónicos inclui "Piquenique em Hanging Rock" (1975), "A Última Vaga" (1977), "Gallipoli" (1981), "O Ano de Todos os Perigos" (1982), "A Testemunha" (1985), "A Costa do Mosquito" (1986), "O Clube dos Poetas Mortos" (1989), "Casamento por Conveniência" (1990), "Sem Medo de Viver" (1993), "The Truman Show - A Vida em Directo" (1998) e "Master & Commander - O Lado Longínquo do Mundo" (2003).
Em 2022, em declarações que se tornaram virais, um dos seus atores, Ethan Hawke, de "O Clube dos Poetas Mortos", não hesitou quando foi questionado sobre o que se passou para contribuir para o afastamento: "Russell Crowe e Johnny Depp deram cabo dele".
"Acho que ele perdeu interesse nos filmes. Ele gostava realmente desse trabalho quando não tinha atores a fazerem-no passar por um mau bocado. Russell Crowe e Johnny Depp deram cabo dele. Ele é alguém tão raro hoje em dia, um artista popular. Ele faz filmes para o grande o público que são artísticos. Para se ter o orçamento para fazer 'The Truman Show' ou 'Master and Commander', precisa-se de um Jim Carrey ou Russell Crowe", explicou o ator durante uma entrevista ao IndieWire.
"Acho que Harrison Ford e Gérard Depardieu eram o seu género de atores. Parceiros dos realizadores e não se viam a eles mesmos como importantes", concluiu sobre o tema, citando os atores que trabalharam com Weir em "A Testemunha e "A Costa do Mosquito" (Ford) e "Casamento por Conveniência" (Depardieu).
Apesar de Crowe destacar o filme como um dos seus melhores, circularam notícias na época sobre alguns choques com o realizador durante a rodagem de "Master and Commander".
No caso de Depp, não chegou a haver um filme: antes de "Rumo à Liberdade", Weir planeava dirigir "Shantaram" com o ator, mas acabou por se afastar ao fim de algum tempo de trabalho por "diferenças criativas".
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