"The Flash" correu para a liderança das bilheteiras dos EUA e Canadá no seu fim de semana de estreia, mas o novo filme sobre o super herói da DC apenas conseguiu 55,1 milhões de dólares, segundo as estimativas divulgadas este domingo pela Exhibitor Relations.
Trata-se um valor "muito abaixo das expectativas" segundo os analistas, que já falam em fracasso comercial: depois dos elogios da nova liderança da DC Studios e de personalidades como Tom Cruise e Stephen King, esperavam-se receitas para os primeiros três dias de pelo menos 70 milhões.
A situação não correu muito melhor no mercado internacional: 72 milhões de dólares de 79 mercados, incluindo uns péssimos 13,8 da China.
As análises dividem-se sobre as causas, dividindo-se entre o impacto dos escândalos fora do ecrã do protagonista Ezra Miller, detido várias vezes em 2022 e que lançou um comunicado a pedir desculpa pelo seu comportamento e a dizer que iria receber ajuda para "problemas complexos de saúde mental"; e o impacto do anúncio de que o Universo Cinematográfico DC vai ser relançado e a convicção dos fãs de que os filmes anteriores já não são relevantes e justificam gastar dinheiro para ver no grande ecrã quando se pode esperar pelo streaming dentro de alguns meses (ou até semanas).
Em segundo lugar nas bilheteiras dos EUA e Canadá ficou "Elemental", uma fábula de animação sobre imigrantes dos estúdios Pixar, que arrecadou 29,5 milhões de dólares no que também foi o seu fim de semana de estreia.
Muito longe dos tempos em que os filmes da Pixar tinham estreias perto dos 100 milhões, só não se pode falar na pior estreia de sempre do estúdio com 28 anos por causa do primeiro "Toy Story", que começou com 29,1 milhões em 1995, um valor não ajustado pela inflação (e a seguir manteve-se em alta durante semanas para fazer história nas bilheteiras, o que não se espera que se vá repetir agora).
A nível internacional, as receitas foram de 17 milhões de 17 mercados, mas também houve um tropeção na China, com apenas 5,2 milhões (a estreia portuguesa está marcada para 13 de julho).
Com um orçamento de 200 milhões de dólares, sem incluir a promoção, "Elemental" está a caminho de ser o terceiro "flop" consecutivo da Pixar, depois de "'Bora Lá", lançado pouco mais de uma semana antes dos cinemas coçarem a fechar por causa da pandemia em março de 2020, e "Lightyear".
Muitos analistas estão preocupados com a possibilidade dos filmes de animação originais com orçamento gigantesco terem deixado de ser viáveis num mercado pós-COVID e o impacto duradoiro da decisão estratégica de lançar três filmes da Pixar diretamente para streaming durante a pandemia pela anterior liderança da Disney ("Soul", "Luca" e "Turning Red") e da saída do diretor criativo John Lasseter (realizador de "Toy Story").
A esperança é que "Elemental" possa traduzir nas próximas semanas nas bilheteiras as boas reações dos espectadores nos resultados dos inquéritos à saída dos cinemas (conhecidos por "CinemaScore").
Dos cinco filmes que mais arrecadaram nas bilheteiras este fim de semana, os restantes têm personagens já familiares para gerações de espectadores.
A animação "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" da Sony arrecadou 27,8 milhões de dólares, elevando o seu total doméstico acumulado para mais de 280 milhões até agora, com 209 milhões adicionais internacionalmente.
A sequela de "Homem-Aranha: No Universo Aranha" de 2018 e a última versão do super-herói da Marvel Comics retoma a história de Miles Morales, usando uma mistura impressionante de técnicas de animação em 2D de décadas com os mais recentes efeitos visuais gerados por computador.
Caindo para o quarto lugar ficou "Transformers: O Despertar das Feras", da Paramount, que arrecadou 20 milhões, parte de uma faturação de 103,6 milhões até agora nos EUA e Canadá, e um total mundial acima dos 170 milhões, muito longe dos 500 que precisa para o estúdio começar a ter lucro com o investimento nas salas.
"A Pequena Sereia", da Disney, uma nova versão em imagem real da sua animação de 1989 sobre uma princesa subaquática que desiste da sua voz em busca do amor verdadeiro, arrecadou mais 11,6 milhões de dólares, para um total doméstico de 253,5 milhões, em contraste com a desilusão internacional, com 212 milhões.
Os analistas estão convictos que conseguirá chegar aos 500 milhões a nível mundial, mas pouco mais: com um gigantesco orçamento, seriam precisos entre 750 e 800 para ser um sucesso comercial.
As boas notícias nos EUA e Canadá estão reservadas para o lançamento limitado apenas em seis salas de Nova Iorque e Los Angeles de "Asteroid City", de Wes Anderson, com uma média por sala de 132,2 mil dólares, a melhor desde "La La Land" (176 mil) em 2016. A expansão para mais salas será esta semana.
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