A longa-metragem mais aguardado do festival mistura imagens da criação do Universo com as experiências de um menino de 10 anos, que cresce com um pai autoritário e uma mãe solidária e simpática no Texas, na década de 50.

O filme chama a atenção especialmente pela bela fotografia, que leva o espectador aos confins do tempo e espaço, além de levantar perguntas sobre a religião e o sentido da vida, temas que caracterizam a obra do misterioso cineasta de 67 anos, que raras vezes aparece em público.

Premiado com a Palma de Ouro de melhor realizador no Festival de Cannes em 1978 por «Dias do Paraíso», o cineasta americano rompeu esta segunda-feira com a tradição de que cineastas dos filmes seleccionados para a mostra respondem às perguntas dos repórteres após a exibição de seus filmes.

Malick, não viajou a Cannes, nem compareceu à conferência de imprensa, provocando a decepção dos jornalistas credenciados para o festival.

«Ele nunca dá entrevistas, nunca vi uma foto dele. Era agora ou nunca», comentou um jornalista belga, desanimado.

«
Malick é muito tímido, mas acredito que seu filme fala por ele», disse Sarah Green, da equipa de produção do filme.

«Terrence quer estar envolvido com o processo de fazer o filme, mas não vendendo-se», explicou
Brad Pitt na conferência, que também pecou pela ausência
Sean Penn, já que o actor se encontra no Haiti. Penn deverá, no entanto, comparecer à sessão de gala de estreia, à noite no Palais des Festivals de Cannes.

Acompanhado pela actriz
Jessica Chastain e pelos produtores do filme, Pitt explicou que o mais importante para Malick, assim como para ele próprio, não são grandes receitas de bilheteira mas sim fazer um filme «importante».

«Quero ter certeza de que os filmes que faço tenham valor para mim», disse Pitt, para quem
«The Tree of life» fala da fragilidade da vida, e que mais que um filme religioso é um filme espiritual.

A estrela destacou que trabalhar com Malick, que tem uma visão muito forte do filme que deseja fazer mas que dá espaço para improvisação, foi uma «experiência transformadora», que mudou a sua visão sobre o trabalho.

«Percebi que os melhores momentos não são preconcebidos. Depois de trabalhar com Malick tenho tentado caminhar mais nesta direcção, de me afastar do guião e trabalhar com actores amadores», disse.

«Mas não descartem a possibilidade de que eu trabalhe em 'Missão Impossível'», completou.

Pitt subirá as escadas do Palais des Festivals à noite acompanhado da esposa,
Angelina Jolie, que promoveu na semana passada em Cannes o filme de animação
«O Panda do Kung Fu 2».

SAPO/AFP

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