Não é segredo que Shia LaBeouf não gosta da saga "Transformers", apesar de ter entrado nos primeiros três filmes, sempre realizados por Michael Bay.

Isso foi muito evidente pela sua cara por exemplo quando, num projeto artístico de 2015, em que foi filmado a ver todos os seus filmes de seguida durante três dias numa sala de cinema, saiu de propósito durante o segundo que fez, "Transformers: Retaliação" (2009).

Numa longa entrevista à Esquire a propósito da estreia nos EUA do "biopic" "Borg vs. McEnroe" cheia de histórias profissionais e pessoais interessantes, pediram-lhe para desenvolver melhor as razões para não gostar dos filmes.

O ator começa por dizer que Michael Bay e Steven Spielberg fizeram muito por ele e não quer continuar a dizer mal deles, mas depois não resistiu.

"A minha implicação com esses filmes era que pareciam irrelevantes. Pareciam profundamente datados. Crescemos com estas histórias sobre 'Easy Rider' e 'O Touro Enraivecido' e [Robert] De Niro e [Martin] Scorsese e [Dennis] Hopper, e encontramos valor no que eles fazem. Entretanto, estás a perseguir cristais de energia. É muito difícil continuar a fazer o que fazes quando sentes que é a antítese do teu propósito neste planeta", justificou.

Em 2016, numa longa entrevista à Variety onde abordava os pontos altos e baixos da sua carreira e a controversa imagem enquanto figura pública, Shia LaBeouf já tinha dito que não gostava do seu período mais popular, quando, entre 2007 e 2011, esteve associado a Spielberg, que o escolheu para ser o filho desconhecido de um famoso arqueólogo em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" (2008) e o colocou nos filmes "Paranóia", "Transformers" e "Olhos de Lince".

"Não gosto dos filmes que fiz com Spielberg. O único que gostei que fizemos juntos foi o primeiro "Transformers"' (2007), explicou, acrescentando que sentia que estava a estagnar: de acordo com os parâmetros do realizador, tudo é "meticulosamente preparado" e "quando se faz isso durante cinco anos, começa-se a sentir que não sabemos o que estamos a fazer como modo de vida".

A maior desilusão terá sido com o quarto e controverso "Indiana Jones": "Preparei-me durante ano e meio. E depois o filme estreia e a culpa é minha. Isso dói bastante".

Em maio de 2010, em pleno Festival de Cannes, já tinha dito que achava que ele e Spielberg tinham estado uns furos abaixo do esperado.

Acredita-se que as declarações afetaram irreversivelmente a relação entre os dois, marcando "Transformers 3" o fim da colaboração artística em 2011.

Por seu lado, Harrison Ford reconheceu-lhe o talento, mas chamou-lhe publicamente "idiota".