
Amadou & Mariam, uma das duplas da música do Mali mais conhecidas internacionalmente, tinham atuado em novembro passado em Lisboa, com o espetáculo "Eclipse", no qual o músico eram convidado a escutar a sua música na escuridão.
Ambos cegos, Amadou e Mariam conheceram-se no Instituto para Jovens Cegos em Bamako e, desde os anos 1980, não mais se separaram, protagonizando na música uma celebração livre - como é muitas vezes descrita - de géneros da música ancestral do Mali e do ocidental, do rock, do funk, dos blues e da eletrónica.
"Folila", álbum responsável pelo regresso do duo - que já atuou anteriormente no festival de Músicas do Mundo de Sines -, foi pensado para ser dois discos distintos, gravados em Nova Iorque e em Bamako, mas acabaram por ser misturados num só.
O sexto trabalho discográfico do casal contou com a participação de nomes distintos, como a cantora Santigold, os músicos Tunde Adebimpe e Kyp Malone, dos TV on the Radio, Jake Shears, dos Scissor Sisters, Ebony Bones e Bertrand Cantat.
Amadou & Mariam são dois rostos da música do Mali que nas últimas décadas tem ganho notoriedade fora do país, ao lado de outros nomes como Toumani Diabaté, Tinariwen, Oumou Sangaré, Rokia Traoré e o já falecido Ali Farka Toré. Todos já atuaram em Portugal.
Enquanto isso, o país está ainda mergulhado num clima de instabilidade, depois de ter sido atingido por um golpe militar em março de 2012, e com rebeldes islâmicos e separatistas tuaregues a invadirem o norte do país, com consequências nefastas do ponto de vista cultural, em particular para ancestral prática musical.
@Lusa
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