Na origem do afastamento estará a deterioração da relação entre os cinco elementos do colectivo e a necessidade de Portnoy em fazer uma pausa nas suas funções.
“Estou a escrever sobre algo que nunca imaginei vir a escrever. Depois de 25 anos, decidi deixar os Dream Theater, a banda que fundei, liderei e verdadeiramente adorei durante um quarto de século. Para muitas pessoas isto vai ser um choque e até deverá ser mal compreendido por muitos outros, mas, por favor, acreditem que isto não é uma decisão precipitada: é algo com que tenho vindo a lutar há já cerca de um ano. Depois de ter passado por experiências fantásticas com os Hail!, Transatlantic e Avenged Sevenfold durante o último ano, cheguei à conclusão triste de que, não só é mais divertido, como as relações pessoais com estes projectos são melhores do que as que tenho, neste momento, com os Dream Theater. Por favor, não me interpretem mal. Eu adoro os restantes elementos dos Dream Theater. Temos uma história longa de amizade e cumplicidade. Mas acho que precisamos mesmo de fazer uma pausa. Os Dream Theater foram sempre o meu bebé, que eu acarinhei todos os dias desde 1985, nunca descuidando as inúmeras responsabilidades da banda, trabalhando imenso, muito além das minhas obrigações. Mas cheguei à conclusão que a máquina Dream Theater estava a começar a consumir-me. A saída é a única hipótese, se quero preservar a minha relação com os outros membros e manter o meu espírito Dream Theater vivo e faminto. Temos estado num ciclo inacabável de escrita, gravação e digressão nos últimos 20 anos enquanto, na verdade, precisávamos de nos ter afastado por alguns meses ao longo destes anos todos. Honestamente, acreditei que a banda pudesse, simplesmente, concordar comigo e entrar num hiato, de forma a recarregarmos baterias e salvarmo-nos enquanto grupo. Infelizmente, quando discuti esta questão com os rapazes, eles optaram por não partilhar os meus sentimentos e preferiram continuar sem mim, em vez de fazer um intervalo. Eu ofereci-me, inclusive, indo contraà minha vontade inicial, para trabalhar com eles ocasionalmente, ao longo de 2011, mas a minha proposta não foi aceite. Apesar de me magoar intensamente pensar nos Dream Theater sem mim (até porque foi o meu pai que nomeou a banda), não quero meter-me no caminho deles. Então, decidi sacrificar-me a mim próprio e simplesmente abandonar a banda, de forma a não contrariar os seus desejos”, pode ler-se na mensagem escrita por Portnoy.
“Desejo-vos o melhor e espero que a música e a herança que criámos todos juntos seja apreciada pelos fãs durante décadas… Estou orgulhoso de todos os álbuns que fizemos, todas as músicas que escrevemos e todos os concertos que demos. Peço desculpa aos fãs de Dream Theater desapontados por todo o mundo, eu tentei, realmente, evitar esta situação e fazer com que isto desse certo. Na verdade, só queria uma pausa e não um abandono definitivo. Vocês, os fãs de Dream Theater, são os melhores de todo o mundo e, como sabem, sempre fiz de tudo por vocês e espero que continuem a acompanhar o meu percurso na música, onde quer que ele me conduza”, concluiu o músico.
Comentários