Em declarações após reunir com as duas associações de músicos a quem, em primeira mão, deu a conhecer o conjunto de propostas, o autarca do Porto informou ter sido encontrada uma solução após ser “ouvido o regimento de sapadores do Porto, que emitiu um parecer urgente”.
“O comandante do regimento disse-nos que para funcionar, tal como está hoje, [o Stop] terá de ter lá em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, durante o tempo em que o espaço estiver em utilização”, começou por dizer o autarca.
Durante esse período, assegurou Rui Moreira, “será feito um investimento em meios de segurança, mangueiras, agulhetas, todas aquelas condições que há noutros centros comerciais e que ali não existem e será dada também formação aos utilizadores do espaço para no caso de haver um incêndio eles saberem como agir”.
A proposta implica também regras “nas condições de uso do centro comercial” por não ser possível “ter lá um corpo de bombeiros mais do que 12 horas” nem haver o “número de bombeiros suficiente para ter lá durante 24 horas”, acrescentou.
“Caso as associações concordem, teremos de falar com a administração do condomínio, pois tudo isto tem uma condição: que a administração do condomínio aceite estas mesmas condições”., disse ainda Rui Moreira, afirmando que no caso de haver acordo de todos “terão o dispositivo de segurança a funcionar em 24 horas”.
Na terça-feira, mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas pela Polícia Municipal “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a Câmara Municipal do Porto.
Centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.
O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.
Em conferência de imprensa, na quarta-feira, o presidente da Câmara do Porto garantiu que não vai autorizar a construção de "nenhum hotel" no local do centro comercial e que a compra do edifício pela autarquia não é viável.
“Eu não sei de nenhum interesse imobiliário e posso-lhe dizer uma coisa, a Câmara Municipal do Porto não autoriza ali a construção de nenhum hotel, se for caso disso. (…) A história de que o que nós queremos é gentrificar aquilo parece-nos uma história absurda”, respondeu Rui Moreira quando confrontado com acusações de alegados interesses imobiliários estarem na origem da selagem das lojas.
A Câmara do Porto apresentou duas alternativas para o realojamento dos músicos, nomeadamente a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto.
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