![Cantor de flamenco Miguel Poveda atua em Lisboa e no Porto](/assets/img/blank.png)
Sobre Miguel Poveda, o investigador de flamenco José Manuel Gamboa escreveu no livro “Una historia del Flamenco”, que “é um dos pilares do melhor flamenco contemporâneo”.
O "cantaor" - como se designam os intérpretes de flamenco - atua no dia 25 de janeiro, na Casa da Música, no Porto, e no dia seguinte em Lisboa, no grande auditório do Centro Cultural de Belém.
Na primeira parte dos concertos, Miguel Poveda, acompanhado à guitarra flamenca por Juan Gómez “Chicuelo”, interpretará alguns dos temas mais representativos do flamenco, maioritariamente refletindo o “cante” mais tradicional, disse à Lusa fonte da produção do espetáculo.
Escutar-se-ão a “siguirilla”, a “soleá”, os “cantes mineiros”, “cantiñas”, “bulerías”, “tangos de Triana”, alguns estilos que incluiu no seu álbum de 2012, “ArteSano”, que recebeu disco de ouro.
Na segunda parte, acompanhado ao piano por Joan Albert Amargós, interpretará coplas revisitadas por si, segundo a mesma fonte.
Esta é a terceira vez que Poveda atua em Portugal, onde se deslocou em 1997 para participar no Festival Festima e, em 2008, no I Festival Internacional de Flamenco de Lisboa.
Poveda, nascido há 40 anos em Barcelona, iniciou-se no “cante” aos 15 anos, nas peñas flamencas (clubes de admiradores e criadores de flamenco), acompanhando a irmã, a "bailaora" Sonia Poveda.
Estreou-se em 1992, fazendo parte de um álbum de Natal e, no ano seguinte, ganhou quatro prémios no 33.º Festival Nacional del Cante de las Minas, em La Unión, em Múrcia. Além do galardão máximo, a “Lámpara Minera”, Miguel Poveda recebeu os prémios de interpretação em três dos estilos a concurso, “Cartageneras”, “Malagueñas” e “Cante Bajo-andaluz”, o que levou a imprensa a qualificá-lo como “um caso único”.
Em 1994, protagonizou “La teta y la luna”, do realizador Bigas Luna, passando a ser figura regular das programações dos festivais de música nacionais e internacionais.
Miguel Poveda pisou os palcos de casas como o Odeon, de Paris, El Liceo, de Barcelona, o Teatro Real de Madrid, o Carnegie Hall e o Lincoln Center, de Nova Iorque, o Koncerthaus, de Viena, Teatro Colón, de Buenos Aires, o Auditorium Parco della Musica, de Roma, Saddler’s Welld, de Londres, e o Maestranza, de Sevilha.
Enrique Morente, Carmen Linares, Mayte Martín, Paco de Lúcia, Manolo Sanlúcar, Joan Manuel Serrat, Eva Yerbabuena, Manuela Carrasco, Tomatito, María del Mar Bonet, Chavela Vargas, María Dolores Pradera, Alejandro Sanz são alguns nomes com os quais coloborou, assim como com a portuguesa Mariza, na sua digressão por Espanha, em 2010, e em “Fados”.
No filme de Saura, Mariza e Poveda partilharam a interpretação de “Meu fado, meu”, uma das várias participações do "cantaor" na sétima arte.
“Viento del Este”, editado em 1995, o seu primeiro álbum em nome próprio, iniciou uma carreira que inclui, entre outros, “Suena Flamenco” (1998), “Zaguán” (2002), “Poemas del exílio: Rafael Alberto” (2003), “Desglaç” (2005), cantado em catalão, e “Tierra de Calma” (2006), com Juan Carlos Romero.
No ano passado, Poveda editou “ArteSano”, um álbum de flamenco tradicional e, este ano, “Diálogos”, em parceria com o bandoneonista Rodolfo Mederos.
O "cantaor" Miguel Poveda, entre vários discos de ouro e platina, assim como diversos galardões, recebeu o Prémio Nacional de Música de Espanha, em 2007, o Prémio Nacional de Cultura da Catalunha, em 2011, o Prémio de la Cátedra de Flamencologia, de Jerez de la Frontera, e a Medalha de Andaluzia, no ano passado.
José Manuel Gamboa, na citada obra “Para uma história do Flamenco”, atesta que Miguel Poveda revela “uma trajetória ascendente e a direito como 'cantaor', que nos deixa boquiabertos".
@Lusa
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