O amor pela cultura portuguesa marca o percurso desta artista, que se dedica também ao ensino do cante alentejano. “Sinto que componho muito baseada nas minhas raízes”, conta a acordeonista, que apesar de ter nascido num meio suburbano, “sem grandes referências”, procurou sempre encontrar a sua identidade cultural e aprofundá-la.
Todavia, ao longo da carreira, Celina encontrou espaço também para ir mais além, sendo de referir, neste aspeto, a colaboração com a cantora cabo-verdiana Mayra Andrade. “Eu gosto muito de música cabo-verdiana, porque cresci na maior comunidade cabo-verdiana em Portugal, que é em Setúbal, no bairro da Bela Vista. Adoro o trabalho da Mayra e quando soube que ela vinha tocar cá enviei-lhe um email. Acho que foi a única situação em que fui eu que me auto convidei”, conta, destacando o caricato da situação.
“Em relação à música não me fico nada só pela música tradicional e por essas referências, gosto de pegar nelas e de as transformar”, diz Celina, que realça ainda o papel do seu amigo fiel: o acordeão. “Era o instrumento que mexia mais comigo”, conta, acrescentando que os pais a colocaram na escola de música quando tinha apenas cinco anos. Nem os tempos naturalmente atribulados da adolescência diminuíram o seu amor pelo acordeão, pois “começaram a aparecer bandas pop em Portugal que o usavam”. É com referências aos Sétima Legião, os Sitiados ou os Quinta do Bill que Celina recorda a existência de “um movimento muito alegre em torno do acordeão”.
Agora o objetivo da artista é “rodar este disco pelo país fora e não só”, de forma a “mostrar um pouco da variedade musical que podemos encontrar em Portugal”.
Texto @Inês Alves/ Vídeo @Edson Vital e Inês Alves
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