“O público brasileiro está à procura do fado. Eu acho que o fado está a voltar ao Brasil, finalmente”, salientou a artista portuguesa.
Cuca Roseta está a realizar uma digressão no Brasil, que começou na quarta-feira e se prolonga até 18 de junho. Pelo meio a artista uniu dois patrimónios mundiais: o fado e o Alto Douro Vinhateiro.
A fadista atuou no Rio de Janeiro no âmbito da iniciativa “Há um rio que começa no Douro e termina no Brasil”, que a Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR) realizou esta semana e que teve como objetivo promover as principais âncoras durienses: o vinho, o turismo e a cultura.
Cuca enalteceu o projeto e mostrou-se muito contente por se juntar à divulgação do melhor que há em Portugal.
“Fico sempre muito feliz com estes convites. Eu tenho um orgulho imenso em Portugal. Temos muita qualidade e às vezes não acreditamos nas nossas capacidades e cá fora as pessoas valorizam-nos muito”, salientou.
A artista está a aproveitar esta passagem pelo Brasil para apresentar já algumas músicas do seu novo álbum “Riû”, que tem como base o fado”, mas amplia as influências “musicais e estéticas” da cantora e compositora.
Depois de Amália Rodrigues, Cuca Roseta considerou que o público brasileiro está a voltar a gostar do fado protagonizado por esta nova geração de fadistas portugueses.
Nos concertos no Brasil, a cantora tem encontrado sempre a casa cheia.
“Acho que há um preconceito muito grande com o dizerem que o fado é só tristeza. E o fado é melancólico mas acho que essa melancolia é bela, não é o lado negativo. O fado é uma música magistral que tem conquistado o mundo inteiro desde sempre e é uma música muito romântica e muito intensa”, sustentou.
E foi o lado mais “alegre e esperançoso” do fado que Cuca Roseta quis mostrar com o novo trabalho.
“Eu acho que com este disco quis mostrar isso mesmo, que o fado pode ser intenso e apaixonante e contar a história com a mesma força, mas não se focar no lado negativo”, frisou.
“Riû” é o terceiro disco de estúdio de Cuca Roseta e proporciona um encontro entre a canção portuguesa e a música popular brasileira e entre a pop e a morna.
Produzido pelo brasileiro Nelson Motta, o novo álbum contou com a escrita e a composição de nomes como Jorge Palma, Sara Tavares, Júlio Resende, Mário Pacheco, João Gil, Jorge Drexler, Ivan Lins e Nelson Motta.
A fadista apresenta ainda dois temas da sua autoria, “Tanto” e “Amor Ladrão “ e dois originais compostos especialmente para ela por Bryan Adams e Djavan.
Aliás, com Djavan, Cuca interpreta um dos únicos duetos que o cantor e compositor brasileiro concordou fazer nos últimos anos, com o tema “O Amor Não é Somente Amor”.
Durante o verão, a fadista vai andar em digressão para apresentar o novo disco, tendo já concertos marcados para Portugal, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Espanha.
Em outubro, regressa ao Brasil para participar no Festival do Fado e lançar o “Riû”.
@Lusa
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