Contactado pela agência Lusa a propósito da edição deste ano, o vogal do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), onde os concertos vão decorrer, indicou que já foram vendidos mais de 20 mil bilhetes.
“Luzes, Câmara… Música!” é o mote da edição deste ano, com uma oferta de musical que apresenta os temas eternizados pelo cinema, mas percorre desde a música erudita ao jazz, do fado à música latino-americana e à pop.
"A música sempre esteve associada ao cinema, que precisa dela para poder criar emoções fortes", salientou Miguel Leal Coelho.
Os próprios irmãos Lumière - inventores do cinema - estavam conscientes disso quando fizeram acompanhar as suas primeiras projeções, em 1895, há 120 anos, por uma pequena orquestra, tal como viria a acontecer ao longo das primeiras décadas de exibição.
O primeiro filme sonoro foi “O Cantor de Jazz”, criado em 1927, data que marca o início de um relacionamento que se foi fortalecendo ao longo da História do cinema.
Em Portugal, o primeiro filme sonoro foi inspirado na vida da fadista Maria Severa, protagonizado por Dina Tereza, estreado em 1931.
Durante três dias, além dos concertos, a programação de os Dias da Música inclui oficinas, conferências e a exibição de filmes.
Na sexta-feira, realizam-se os “Mini-Dias da Música” com concertos de escolas para escolas, uma iniciativa que, no ano passado, juntou cerca de 600 alunos de música.
"Continuamos a dar grande relevância à música feita por crianças e jovens e ouvida pelo público da mesma idade, porque entendemos que deve ser usufruída o mais cedo possível", disse o responsável à Lusa.
Este ano, a OJ.com, a Orquestra de Jovens de alunos dos conservatórios, dirigida por Ernst Schelle, interpreta, no grande auditório, o “Poema sinfónico para flauta e orquestra”, de Peter Benoit, e “Scheherazade”, de Rimsky-Korsakov, sendo solista Beatriz da Silva Baião.
Sobre as expectativas de público, o administrador do CCB indicou que nos últimos anos a média de ocupação tem rondado os 70 por cento, e neste momento “esse valor foi ultrapassado, porque estão vendidos mais de 20 mil bilhetes".
Sobre o número de pessoas que passa pelo CCB ao longo destes três dias, Miguel Leal Coelho disse não poder precisar porque "muitas pessoas compram mais do que um bilhete", apontou, indicando que estão disponíveis, ao todo, cerca de 30 mil bilhetes para os concertos.
Questionado se existe a intenção da nova presidência - liderada por António Lamas - de dar continuidade ao evento nos próximos anos, Leal Coelho indicou que na habitual conferência de imprensa de domingo, para balanço da nona edição, já será adiantado o tema da próxima.
Em 2015, os Dias da Música vão completar dez anos, "e a ideia da atual administração é para dar continuidade", disse à Lusa o vogal do CCB.
A edição deste ano tem um concerto pré-inaugural, pelo Alis Ubbo Ensemble, hoje à noite, no Cinema S. Jorge, no âmbito do Festival IndieLisboa, a anteceder a exibição do filme “Around the world in 50 concerts” (2014), de Heddy Honigmann, que documenta a digressão mundial dos 125 anos da Orquestra do Royal Concertgebouw, em 2013.
Na sexta-feira, às 21:30 realiza-se o concerto inaugural pela Orquestra Sinfónica Metropolitana, sob a direção de Pedro Amaral, que interpretará peças de Richard Strauss e Sergei Rachmaninov, sendo solista a pianista Anna Fedorova.
@Lusa
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