"Já dei quase a volta ao mundo. O único sítio onde ainda não estive é a Austrália", disse Diego Miranda à agência Lusa em Pequim.

Também nunca esteve na Coreia do Sul, mas irá lá em março. Entretanto, voltará à China, para atuar na ilha de Hainão durante a passagem do ano, e no final de janeiro estará em Bali.

Na agenda de 2015 está ainda a possibilidade de atuar numa festival junto à Grande Muralha da China, nos arredores de Pequim, em junho, adiantou.

Diego Miranda, 35 anos, é o único português entre os 100 Top DJs do mundo selecionados por uma revista britânica da especialidade. Na última classificação, divulgada em outubro, estava no 70.º lugar, subindo 16 lugares em relação há um ano. Embora o DJ Kura (Ruben de Almeida) ocupe a 42.ª posição, Diego Miranda está a ser apresentado na China como "o melhor DJ de Portugal".

O primeiro nome nasceu de uma gralha, mas, "internacionalmente", revelou-se "mais fácil de pronunciar" e Diogo Miranda acabou por adotá-lo. "Nunca pensei ter esta carreira. Quando comecei, há 21 anos, via isto apenas como um hobby", diz.

Fora do trabalho, o principal hobby de Diego é o surf, desporto que pratica desde a infância e que o liga à Ericeira, onde anos mais tarde estabeleceria o seu recorde de resistência como DJ: "Foram sete horas sem parar, desde a meia-noite até às sete da manha. Ao fim já me doía tudo", recorda.

Normalmente, as atuações de Diego Miranda - em clubes ou festas ao ar livre, perante dezenas de milhares de pessoas, como lhe acontece quase sempre no Brasil - duram duas horas: "Na China, começa-se à meia-noite. No resto do mundo é as duas ou três da manha".

O DJ português não fuma nem consome bebidas alcoólicas, mas quando está em palco bebe pelo menos um litro de refrigerantes.

Metade do reportório é composta por músicas que ele próprio cria no computador: "Gosto de reggae, rock e pop. Fado, nem por isso, não é a minha cena", afirma.

Do Brasil à China, a música que Diego Miranda utiliza para animar a assistência é basicamente a mesma - "EDM" (Electric Dance Music), um género considerado mais soft do que o techno ou o trance: "A EDM é universal e chega a todo o lado".

Mas o seu "grande sonho" ainda está por concretizar: "gostava de fazer uma festa com uma grande orquestra sinfónica".

Além de Pequim, onde atuou num novo clube noturno com capacidade para cerca de 1000 pessoas, Diego Miranda esteve em Xangai e segue hoje para Xiamen, na costa sul da China. "O equipamento aqui é topo de gama e eles pagam bem", referiu o artista português.

Como outras atividades, a chamada "vida noturna" é uma indústria nova na China, um país ainda oficialmente fiel ao marxismo-leninismo e onde até há cerca de três décadas o rock era considerada uma música decadente".

@Lusa