A banda radicada em Aveiro revelou hoje à agência Lusa que até setembro também terá concertos no Uruguai, na Finlândia e na Turquia, assim como em várias cidades em Portugal, mas neste momento diz-se focada na tournée que arranca esta quinta-feira em Seul e daí segue para Singapura, Jacarta, Camberra, Sydney e Xangai, terminando depois com performances a 8 e 9 de maio em Pequim e a 11 e 12 em Tóquio.
“Já atuámos em alguns desses países, mas desta vez vai ser uma experiência muito mais intensa, dada a quantidade de concertos que temos em pouco mais de três semanas, porque as distâncias vão implicar 12 ou 13 voos e mais de 80 horas no ar, o que será bastante cansativo”, explica o guitarrista Nuno Caldeira.
O roteiro abrange desde atuações em clubes de música até concertos em sala de espetáculos tradicionais, o que resulta de convites por entidades de diversa ordem, entre as quais programadores que conheceram o trabalho da dupla nas suas anteriores cinco passagens pela China ou em performances nos Estado Unidos, em vários países de África e da América Latina, e também na Índia.
A vocalista dos Senza, Catarina Duarte, reconhece que a dupla está habituada à interação com públicos de culturas diferentes – o seu primeiro álbum, “Praia da Independência”, destacou-se, aliás, por reunir temas inspirados por diferentes viagens no Sudoeste Asiático –, mas confessa que são os concertos no Japão que mais lhe alimentam a expectativa.
“Admiro muito a cultura japonesa, pela forma como ela valoriza o sentido de paz, o conceito de bem-estar próprio e o dever de fazer o bem. Claro que não sei se é isso que vou encontrar no mundo real, mas estou muito curiosa e espero ter oportunidade de avaliar se é de facto assim”, admite a artista.
Para os 10 concertos em agenda até 12 de maio, a dupla preparou um repertório que combina temas do seu terceiro álbum, “Próxima Paragem”, lançado em agosto de 2023, com o cancioneiro mais simbólico da música de intervenção associada ao 25 de Abril.
“Nestas digressões pelo estrangeiro tocamos sempre as canções com mais influência dos países de Língua Portuguesa, mas este ano também queremos marcar os 50 anos da Revolução e contar a história do 25 de Abril ao público destas paragens, tão distantes de Portugal”, explica Nuno Caldeira.
Nesse sentido, os concertos da dupla vão incluir adaptações de temas emblemáticos de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Parlo Carvalho e Vitorino, “mas sempre com um arranjo muito próprio, para garantir que as músicas ficam com uma sonoridade que também seja Senza”.
Catarina Duarte ficará responsável por contextualizar perante a audiência a história de cada tema, o que considera determinante “quando os espetadores não conhecem a língua em que se está a cantar”, e confia que o público será recetivo ao espírito dos versos, mesmo que não os compreenda.
“A Ásia que conhecemos é bastante empática nos nossos concertos – considera-nos ‘world music’, tem curiosidade pelo que fazemos e reage ao que acontece em palco”, diz a cantora. “Mesmo quando não percebem o que estamos a dizer, a música tem sido suficientemente eficaz para exercer a sua influência e leva o púbico a reagir e a envolver-se, o que, até aqui, nos tem proporcionado sempre experiências muito boas”, completa o guitarrista.
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