“O que mais me interessa é levar o jazz cada vez mais para o interior, onde não há tanto acesso à cultura. Temos de partir para o interior para levar música e conhecimento a quem nos quiser ouvir”, comentou à Lusa o diretor artístico do projeto, Rui Reis.
Na quinta-feira à noite, o auditório de Lousada encheu-se, sobretudo de jovens, para assistirem à apresentação do Jazz Ensemble do Norte, numa terra que “respira música”, há várias décadas.
“Há muitos músicos aqui em Lousada”, contou, frisando que grande parte deles foram formados no Conservatório do Vale do Sousa (CVS), sediado naquela vila desde 1994.
“Há uma cultura de música e de músicos aqui em Lousada”, reforçou, recordando, por exemplo, haver grupos de rock desde a década de 60 do século passado.
Este grupo de jazz, disse ainda, partiu de um desafio da direção da Associação Cultural e Musical de Lousada (ACML), que já teve, no passado, uma 'big band', também dirigida por Rui Reis.
Da ideia à prática, passou pouco tempo e o grupo aí está, com 19 elementos e com um reportório diversificado, para agradar a vários públicos, como se viu e ouviu no concerto de apresentação, no recém-remodelado auditório de Lousada, que contou com dois vocalistas que interpretaram clássicos de Frank Sinatra e Michael Bublé, entre outros.
A partir de agora, o Jazz Ensemble do Norte tem disponíveis, para atuações, um concerto com “Grandes Clássicos do Jazz”, um concerto de “Tributo a Michael Bublé”, um concerto intitulado “Feliz Natal e Bom Jazz Novo” e um concerto pedagógico intitulado “Cem Anos de Jazz”, direcionado para o público escolar.
Pedro Araújo, presidente da ACML, acentuou à Lusa que o grupo nasceu depois de ter lançado um desafio a Rui Reis, professor e o diretor artístico do projeto.
“Pedi-lhe que reagrupasse grandes músicos que saíram da nossa escola de música”, contou, justificando que esta ideia passa pela vontade de “não deixar morrer o que vem de trás”, nomeadamente a Banda de música de Lousada, o CVS, o coro feminino e a escola de dança, mas, também, “estar sempre a inovar”.
“Queremos que este projeto, Jazz Ensemble do Norte, faça parte do futuro da ACML”, sinalizou, referindo que aquela associação é a “maior instituição cultural” do Vale do Sousa, “não só porque tem vindo a acrescentar novos projetos, mas porque envolve um número considerável de pessoas todas as semanas, cerca de 3.000”.
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