O escândalo foi desencadeado quando, casualmente, uma editora discográfica inglesa decidiu armazenar cópias digitais das interpretações da pianista Joyce Hatto num iMac que já continha centenas de outras faixas.

Quando os produtores da editora copiaram os ficheiros de música de Joyce para o iMac, o iTunes alertou para o facto de que aquelas faixas já existiam nesse computador. A informação surpreendeu os técnicos, já que era a primeira vez que copiavam músicas de Joyce para aquela máquina.

O software identificou que várias das músicas atribuídas a Joyce tinham uma enorme semelhança com interpretações de outros pianistas. Surpreendidos, os produtores chamaram especialistas em música clássica para analisar as trilhas. Os pianistas identificaram que as músicas atribuídas a Joyce eram, na verdade, cópias idênticas de interpretações feitas por terceiros.

Falecida em meados de 2006, Joyce era uma consagrada professora de piano clássico em Inglaterra. As suas interpretações dos grandes compositores eram consideradas de excelente qualidade pelos críticos.



Pressionado pela editora, o viúvo de Joyce admitiu que, ao gravar CD comerciais, ele e a sua esposa usaram, eventualmente, interpretações já gravadas por outros pianistas. As faixas escolhidas eram sempre de altíssima qualidade, o que conferia excelente reputação à professora.

O escândalo tornou-se público quando a revista inglesa de música clássica Gramophone publicou uma reportagem sobre o caso. O viúvo de Joyce, Barrington Coupe, explicou que os casos de plágio foram pontuais e usados apenas em alguns discos.

Coupe disse sentir-se envergonhado com o facto e afirmou que o apelo ao plágio foi usado durante fases em que Joyce esteve muito doente e não podia tocar ao seu nível. A pianista sofreu de cancro durante 20 anos.

Fonte:
exameinformatica.clix.pt