Nos concertos marcados para sexta, sábado e domingo, respetivamente no Largo da Oliveira, Guimarães, praça da República, em Ponte da Barca e avenida dos Aliados, no Porto, a voz de Kiko terá o suporte de 18 músicos.

Para além dos Jazz Refugees que normalmente acompanham Kiko, vão estar em palco mais 13 sopros, constituindo uma formação clássica de “”big band”, conduzidos por Telmo Marques, “ um excelente naipe de jovens músicos, todos eles oriundos do Norte de Portugal e também da Galiza”, ”, explicou Kiko à agência Lusa.

Os concertos são baseados no último álbum deste minhoto nascido em Newark, Estados Unidos, “L’USA”, “com arranjos originais de Telmo Marques e mais alguns arranjos de Carlos Azevedo e de Paulo Perfeito”, acrescentou.

“A ideia é uma noite tranquila, com jazz, com bom tempo, uma noite de verão com boa música para fazermos uma festa”, explicou o músico que desta forma comemora 20 dedicados ao jazz e aos blues.

“Os primeiros passos foram com bandas de garagem, não mergulhei diretamente no jazz, sempre gostei de cantar blues, rock ‘n ‘roll, Zepplin, Stones… há um conjunto de vetores que começaram a convergir para uma determinada propensão para o blues e para a música negra norte-americana e começar a envolver-me cada vez mais pelo jazz não foi uma decisão, foi o destino, foi um fado… é blues”, explica Kiko.

Considerado um “o melhor cantor de jazz português” pelo crítico José Duarte, Kiko começou o seu percurso por bandas como Trupe Vocal e Raul Marques e os Amigos da Salsa, mas acabaria por assumir plenamente a sua devoção ao jazz e aos blues com o seu primeiro disco “Raw”, de 2003.

O primeiro disco era de clássicos enquanto em “L’USA”, de 2011, é composto por originais do próprio Kiko que entretanto acabaria por fazer um mestrado em interpretação artística, com uma tese sobre improvisação vocal.

“Tive que fazer uma pequena pausa musical para me dedicar aos estudos porque tinha a consciência de que me faltava algo e como dizem que os primeiros 20 anos é que são difíceis, por isso agora vai ser mais fácil”, confessa o músico.

A sua música hoje “navega em direção ao futuro, mas também em contacto com a tradição” diz Kiko com a “ideia de levar o som para um campo cada vez mais atual, sempre com uma ligação àquilo que foi a grande época de ouro do jazz vocal a época das ‘big bands’, 1930, 1940”.

Para Kiko no Porto, onde tem o seu epicentro de atividade, “existe um conjunto de jovens e de músicos consagrados que continuam a fazer bom jazz e que continuam a resistir a toda esta dificuldade em termos de arranjar palcos”.

Urgente, afirma, é inverter e decadência de público. “É preciso chamar outra vez as pessoas ao jazz, mostrar que o jazz é divertido é acessível, que não tem de ser uma experiência às vezes traumática Esta é uma música que nasceu nos campos de algodão, que nasce do sangue e do suor, é música de pessoas para as pessoas”.

@Lusa